O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deu um passo importante em direção à reformulação da matriz energética brasileira, aprovando novas diretrizes para o uso de biocombustíveis. A partir de agosto deste ano, a proporção de etanol anidro na gasolina subirá dos atuais 25% para 27,5%. Simultaneamente, a mistura de biodiesel no diesel comum será elevada de 10% para 13%. Essas alterações, que estavam em discussão há meses, foram oficializadas e buscam trazer maior previsibilidade e estabilidade aos preços dos combustíveis em um cenário de volatilidade nas cotações internacionais do petróleo. A meta é fortalecer a produção nacional de biocombustíveis, diversificando a matriz energética e reduzindo a dependência de fontes fósseis, além de mitigar os efeitos da alta do dólar sobre o custo final para o consumidor. Especialistas apontam que o aumento da mistura de etanol, por exemplo, pode resultar em uma redução nos preços da gasolina nas bombas. A medida também beneficia diretamente os produtores de cana-de-açúcar e de soja, matérias-primas para o etanol e o biodiesel, respectivamente, incentivando o agronegócio brasileiro. O governo justifica a decisão como uma forma de garantir a competitividade dos biocombustíveis no mercado interno e de cumprir metas ambientais relacionadas à redução de emissões de gases de efeito estufa.