Em um dia que tradicionalmente celebra a independência do Brasil, manifestantes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro tomaram as ruas em diversas capitães do país, com foco principal na Avenida Paulista em São Paulo e em Brasília. O cerne das reivindicações era o pedido de anistia, tanto criminal quanto eleitoral, para o ex-presidente, que enfrenta diversas investigações e processos. A mobilização contou com a presença expressiva de apoiadores e de lideranças políticas da direta, como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e de Minas Gerais, Romeu Zema. Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, também se fez presente através de um áudio enviado aos seus seguidores, conclamando à participação e ao apoio às causas defendidas. Os atos foram também palco de fortes críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a membros específicos da Corte, como o ministro Alexandre de Moraes, evidenciando o clima de tensão e o confronto entre os poderes. A presença de um boneco representando Alexandre de Moraes algemado e o uso de máscaras de Donald Trump em Brasília foram imagens que repercutiram nas redes sociais e na imprensa, simbolizando a insatisfação e a identificação de parte dos manifestantes com o discurso de combate a o que consideram perseguição política. Essa articulação em torno da anistia levanta um debate complexo sobre os limites da legalidade e da justiça em um país democrático, especialmente em um momento de intensa polarização política. Especialistas em direito constitucional e eleitoral apontam que a concessão de anistia para crimes praticados por agentes públicos, dependendo da natureza dos mesmos, pode gerar controvérsias e questionamentos sobre a equidade do sistema jurídico e o princípio da igualdade perante a lei. Os desdobramentos desses atos e a repercussão das demandas por anistia prometem manter o cenário político em ebulição, com potenciais influências no Congresso Nacional e no Judiciário, onde muitas das questões referentes ao ex-presidente e seus aliados estão em pauta. A capacidade de mobilização da base bolsonarista, demonstrada neste 7 de setembro, reforça a necessidade de um diálogo atento às diversas vozes e correntes de opinião que moldam o debate democrático no Brasil. O contexto internacional também se fez presente nas manifestações, com a referência a Donald Trump, que compartilha com Bolsonaro uma base de apoio politicamente engajada e um discurso muitas vezes crítico às instituições e aos processos democráticos estabelecidos. Essa ponte entre movimentos políticos em diferentes países sugere uma convergência de ideologias e estratégias de contestação que transcendem fronteiras geográficas.