A série documental “Tremembé” tem se destacado nas discussões sobre produções audiovisuais que abordam o universo do crime e suas figuras midiáticas. A produção do Prime Video foca na Penitenciária de Tremembé, conhecida por abrigar detentos de alta notoriedade, e traz à tona não apenas as histórias dos criminosos, mas também os bastidores da gravação e a forma como esses personagens são representados. A escolha de atores para interpretar figuras conhecidas como Alexandre Nardoni tem sido um ponto central de debate, levantando questões sobre ética, espetacularização e aprofundamento das narrativas criminais.

O ator responsável por dar vida a Alexandre Nardoni na série comentou em entrevista recente os desafios inerentes à sua caracterização. Ele ressaltou a necessidade de equilibrar a fidelidade à figura real com a necessidade de criar uma performance que dialogue com o formato documental e a mensagem pretendida pela produção. A complexidade psicológica de Nardoni, envolvido em um dos casos de maior comoção nacional, exige uma abordagem cuidadosa, evitando tanto a glorificação quanto a demonização pura, buscando uma representação multifacetada que possa estimular a reflexão.

Além da representação de Nardoni, a série também explora as ausências notáveis, como a de Suzane von Richthofen e outros criminosos famosos que, por diferentes razões – sejam elas legais, éticas ou de decisão editorial – não tiveram suas histórias retratadas diretamente na série. Essa ausência levanta discussões sobre quais critérios foram utilizados para a seleção dos perfis e a profundeza das investigações, deixando o espectador curioso sobre o que ficou de fora e os motivos por trás dessas omissões.

A produção, que também menciona a possível relação com facções criminosas e casos de estupro, se propõe a ir além do sensacionalismo barato, buscando um olhar mais investigativo sobre a vida dentro e fora dos muros da penitenciária. A intenção é oferecer ao público uma visão mais completa do fenômeno dos criminosos famosos e seu impacto na sociedade, examinando as dinâmicas complexas que cercam esses indivíduos e os crimes pelos quais foram condenados, e como a mídia contribui para a construção dessas figuras.