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Arlindo Cruz: O que é Gurufim, o Ritual de Despedida Africana que Marca o Fim de uma Era

O Gurufim, ritual de profunda raiz africana, ganha destaque ao ser o formato escolhido para a cerimônia de despedida de Arlindo Cruz, um artista cujo legado na música brasileira é incalculável. Este ritual, que busca honrar a memória do falecido com celebração e passagem para outra dimensão, é mais do que um simples velório; é uma manifestação de crenças ancestrais que conectam o presente ao passado, transmitindo força e Axé aos que ficam. A escolha do Gurufim para se despedir de um ícone como Arlindo Cruz reflete a importância de suas origens e a forma como ele sempre celebrou a cultura afro-brasileira em sua obra musical.

Além da cerimônia de despedida, a vida de Arlindo Cruz fora dos palcos também reserva momentos de grande emoção e comoventes revelações. Sua esposa, por exemplo, compartilhou o impacto de um momento íntimo e surpreendente vivido na UTI, um testemunho da força dos laços familiares em tempos de adversidade. A resiliência e o amor que permearam esses momentos difíceis demonstram a profundidade de sua relação e a batalha travada em busca da recuperação, mesmo diante de um AVC.

O percurso de Arlindo Cruz foi marcado por sonhos que transcendiam o mundo da música. Poucos sabem, mas o sambista nutria o desejo de se tornar piloto da Aeronáutica, uma aspiração que revela facetas menos conhecidas de sua personalidade e de seus horizontes. Essa vocação, que se alinha com a busca por liberdade e novas alturas, contrasta com a trajetória que o consagrou nos palcos, mas que, de certa forma, também o fez voar alto na mente e no coração de seus fãs através de sua arte.

A vida dos grandes artistas frequentemente se entrelaça de maneiras surpreendentes, e no caso de Arlindo Cruz, essa teia de conexões se revela em coincidências notáveis. A proximidade de sua partida com a de outro nome conhecido da música brasileira, Preta Gil, tem sido um tema de reflexão e comentários, evocando a efemeridade da vida e a forma como as trajetórias artísticas podem se espelhar não apenas na fama, mas também em aspectos mais profundos e, por vezes, trágicos do destino. Essas sincronicidades nos convidam a ponderar sobre a fragilidade da vida e a força da arte, que perdura mesmo após o adeus.