A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu uma resolução que impede a venda de produtos derivados de cannabis e cogumelos no Brasil, seguindo um voto de desempate de sua diretoria. Esta medida, que entra em vigor imediatamente, abrange a circulação de itens destinados a fins terapêuticos ou recreativos, refletindo uma postura conservadora da agência em relação a essas substâncias. A proibição visa, segundo a Anvisa, a evitar riscos à saúde pública e a garantir que o uso dessas substâncias, caso venha a ser regulamentado, ocorra sob estrito controle e fiscalização. A decisão gerou reações diversas, aquecendo o debate sobre a regulamentação da cannabis medicinal e de outros compostos psicoativos. O impasse regulatório em torno da cannabis medicinal tem sido um tema recorrente no Brasil, com pacientes e associações buscando formas legais de acesso a tratamentos. A Anvisa tem sido o principal órgão deliberativo nesse processo, analisando estudos e avaliando a segurança e eficácia de produtos à base de cannabis para diversas condições médicas. No entanto, a complexidade e o emaranhado de interesses envolvidos têm dificultado um consenso nas instâncias reguladoras e legislativas. Cogumelos psicoativos, como os que contêm psilocibina, também estão inclusos na proibição, ampliando o escopo da regulamentação para substâncias com potencial terapêutico e recreativo, mas ainda cercadas de controvérsias científicas e sociais.