Anvisa aprova semaglutida (Wegovy) para tratar gordura no fígado com inflamação (Esteatose Hepática)
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta semana o uso da semaglutida, princípio ativo do medicamento Wegovy, para o tratamento de pacientes com esteato-hepatite não alcoólica (NASH), uma forma inflamatória da gordura no fígado. A aprovação, baseada em extensos estudos clínicos, como o estudo STELLAR, demonstra a eficácia da semaglutida na redução da inflamação hepática e da fibrose, melhorando significativamente a saúde do fígado em pacientes com essa condição. A NASH é uma doença que tem crescido exponencialmente em todo o mundo, muitas vezes associada à obesidade, diabetes tipo 2 e dislipidemia, formando um conjunto de fatores de risco que prejudicam a saúde hepática e metabólica. O fígado, um dos órgãos mais complexos do corpo humano, desempenha funções vitais como a desintoxicação, produção de bile, metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas. O acúmulo de gordura, quando acompanhado de inflamação e danos celulares, pode levar a consequências graves e irreversíveis. A aprovação do Wegovy para NASH surge como um marco importante, oferecendo uma nova esperança para pacientes que antes tinham poucas opções terapêuticas eficazes para reverter ou estabilizar a progressão da doença. A semaglutida, que já é conhecida por seu uso no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2, atua como um agonista do receptor GLP-1, auxiliando na regulação do apetite, controle glicêmico e, como agora comprovado, na modulação de processos inflamatórios e metabólicos no fígado. A comunidade médica e os pacientes aguardavam ansiosamente esta decisão da Anvisa, que reflete o compromisso da agência em disponibilizar tratamentos inovadores e de alta qualidade para doenças crônicas e prevalentes na população brasileira. A estratégia terapêutica com a semaglutida para NASH envolve não apenas o controle de fatores de risco, mas também a reversão do dano hepático, um objetivo que antes parecia distante para muitos. É fundamental reforçar que o tratamento deve ser sempre individualizado e acompanhado por profissionais de saúde qualificados, que avaliarão as necessidades específicas de cada paciente e orientarão sobre o uso adequado do medicamento, bem como a importância de hábitos de vida saudáveis, como dieta balanceada e prática regular de exercícios físicos. O futuro do tratamento de doenças hepáticas inflamatórias ganha um novo aliado, com potencial para transformar a vida de milhares de brasileiros.