A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu um passo importante no combate a distúrbios do sono com a aprovação do Mounjaro, cujo princípio ativo é a tirzepatida, para o tratamento da apneia obstrutiva do sono em adultos. Esta condição, caracterizada por paradas respiratórias recorrentes durante o sono, afeta milhões de pessoas globalmente, comprometendo a saúde e a qualidade de vida. A aprovação se baseia em estudos clínicos que demonstraram a capacidade da tirzepatida, um medicamento inovador que atua como agonista duplo dos receptores do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1) e do polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose (GIP), em reduzir significativamente os eventos de apneia e hipopneia (redução da respiração) durante o sono, além de promover a perda de peso, um fator crucial na gestão da apneia obstrutiva do sono, especialmente em casos de obesidade. A tirzepatida já era conhecida por seu uso no tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade, e agora sua aplicação se expande, oferecendo uma nova esperança para pacientes que lutam contra os sintomas debilitantes da apneia do sono e suas comorbidades. A redução dos roncos, das pausas respiratórias e a melhora na oxigenação noturna são alguns dos benefícios esperados, o que, em última instância, pode levar a uma diminuição do risco de eventos cardiovasculares, como hipertensão, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, frequentemente associados à apneia do sono não tratada. O tratamento com tirzepatida, administrado por injeção semanal, adiciona uma nova ferramenta terapêutica ao arsenal médico para abordar essa complexa condição. É fundamental que a prescrição e o acompanhamento sejam feitos por profissionais de saúde qualificados, que avaliarão o perfil do paciente e os potenciais benefícios e riscos da nova indicação, garantindo um uso seguro e eficaz do medicamento em conformidade com as diretrizes clínicas e regulatórias. Espera-se que esta aprovação amplie as opções de tratamento disponíveis, podendo melhorar o prognóstico e a qualidade de vida de um grande número de brasileiros que sofrem com a apneia obstrutiva do sono, ao mesmo tempo em que reforça a importância da pesquisa e desenvolvimento de novas terapias para doenças crônicas e debilitantes.