Anvisa emite alerta severo sobre os perigos do uso indiscriminado de medicamentos para disfunção erétil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um comunicado de alerta contundente sobre os riscos do uso indiscriminado de medicamentos destinados ao tratamento da disfunção erétil, com destaque para a tadalafila, um dos princípios ativos mais comercializados no Brasil. A agência enfatiza que a automedicação e o uso recreativo desses fármacos, muitas vezes adquiridos de fontes não confiáveis como gomas e suplementos sem registro, expõem os indivíduos a perigos severos à saúde cardiovascular e neurológica, podendo desencadear eventos agudos como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). A Anvisa reitera que a tadalafila, quando utilizada sem acompanhamento médico, pode causar uma série de efeitos adversos graves, incluindo alterações na visão que podem levar à cegueira, além de dores musculares e alterações na pressão arterial.A preocupação da Anvisa reside na crescente popularidade desses medicamentos entre indivíduos que não apresentam disfunção erétil diagnosticada, mas que os utilizam buscando melhor performance sexual. Esse comportamento desvirtua a finalidade terapêutica dos fármacos e ignora seus mecanismos de ação e potenciais interações medicamentosas. É fundamental que o público compreenda que esses medicamentos atuam dilatando os vasos sanguíneos, o que, em pessoas sem a condição médica ou com outras comorbidades, pode levar a uma queda brusca da pressão arterial, resultando em desmaios, alterações cardíacas graves e, em casos extremos, parada cardiorrespiratória. A desinformação sobre os riscos e a busca por soluções rápidas e sem orientação profissional configuram um cenário de saúde pública alarmante que a agência busca mitigar com este alerta.Além dos riscos cardiovasculares e neurológicos, o uso indiscriminado e prolongado de medicamentos para disfunção erétil pode gerar uma dependência psicológica e, em alguns casos, até piorar a função erétil a longo prazo, criando um ciclo vicioso de preocupação e consumo. A indústria de suplementos e produtos para saúde sexual, muitas vezes operando em uma zona cinzenta da regulamentação, tem sido apontada como um canal para a disseminação desses produtos de origem duvidosa e com potencial de adulteração. A Anvisa reforça a importância de buscar orientação médica qualificada antes de iniciar qualquer tratamento e de adquirir medicamentos exclusivamente em farmácias e drogarias devidamente licenciadas. A compra e o uso de produtos sem procedência garantida, especialmente aqueles que prometem resultados milagrosos ou que burlam a necessidade de prescrição, representam uma grave ameaça à integridade física e à vida do consumidor. A agência também alerta para a possibilidade de falsificações no mercado paralelo, cujos ingredientes e dosagens podem ser completamente desconhecidos, potencializando os riscos à saúde.O alerta da Anvisa serve como um chamado à responsabilidade para consumidores e profissionais de saúde, visando conscientizar sobre os perigos inerentes à automedicação e ao uso não supervisionado de fármacos potentes. A agência reforça que a eficácia e a segurança desses medicamentos estão diretamente ligadas à sua correta indicação, dosagem e período de uso, sempre sob supervisão médica. A campanha de conscientização pretende desmistificar a ideia de que esses medicamentos são inofensivos ou apenas um meio para fins recreativos, posicionando-os como importantes ferramentas terapêuticas que exigem respeito e cautela. A população é incentivada a reportar à Anvisa qualquer suspeita de produtos falsificados ou com informações inadequadas, contribuindo para a fiscalização e a proteção da saúde pública no país.