A Ambipar (AMBP3) se encontra no centro de uma polêmica judicial e administrativa que abala sua estrutura corporativa e a confiança do mercado. O controlador da empresa acusa o Bradesco e uma corretora de terem realizado uma venda irregular de ações, resultando na redução de sua participação na companhia. Esta alegação é o cerne de uma batalha legal que ganhou contornos ainda mais dramáticos com a disparada das ações da Ambipar em torno de 50% após a justiça rejeitar as acusações movidas pelo Bradesco, sugerindo que a trama por trás dessa redução de participação pode ser mais complexa do que uma simples operação de mercado. O ambiente de incerteza criado por estas disputas tem levado a preocupações significativas entre os credores da empresa, especialmente no que diz respeito à sua capacidade de honrar compromissos financeiros. A própria Ambipar tem tentado mudar de endereço, em um movimento que pode indicar uma estratégia para reestruturar suas operações ou buscar um ambiente regulatório mais favorável, mas que, ao mesmo tempo, intensifica a apreensão do mercado financeiro. Essa tentativa de realocação em meio à crise acende um sinal vermelho para os investidores e instituições financeiras que detêm dívidas ou participações na empresa, aumentando o receio de instabilidade. A situação se agrava com a exclusão da Ambipar de seus índices pela B3, a bolsa de valores brasileira, e a decisão de não renovar sua certificação de ações verdes. Essas medidas por parte da B3 indicam uma perda de confiança nos critérios de governança e sustentabilidade da empresa, afetando diretamente sua imagem e seu acesso a linhas de crédito e investimentos focados em ESG (Ambiental, Social e Governança). A certificação de ações verdes, em particular, é crucial para empresas que buscam atrair capital direcionado a práticas sustentáveis, e sua perda pode ter um impacto devastador em sua estratégia de captação de recursos e em sua reputação no mercado internacional. A combinação desses fatores – a disputa judicial envolvendo o controlador e o Bradesco, a forte volatilidade das ações, a preocupação dos credores, a movimentação para mudança de endereço e as sanções da B3 – pintam um quadro de forte instabilidade para a Ambipar, exigindo atenção redobrada de todos os envolvidos e um acompanhamento rigoroso dos desdobramentos legais e financeiros.