Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, tornou-se o foco principal de uma nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A prisão do ex-dirigente, formalizada por determinação judicial, está diretamente ligada a um esquema audacioso de fraudes previdenciárias e assistenciais que, segundo as investigações, causou um desfalque de aproximadamente R$ 26,4 milhões. A operação desmantela uma rede criminosa que atuava há anos, utilizando documentos forjados e explorando dados de segurados, inclusive de cidadãos já falecidos, para obter indevidamente benefícios que deveriam ter sido destinados apenas a quem de direito. O prejuízo financeiroRepresenta uma pequena fração do montante que a União pode ter sido forçada a desembolsar ao longo do tempo, evidenciando a gravidade e a extensão do esquema criminoso que está sendo desbaratado. A atuação de grupos organizados em fraudes previdenciárias não é novidade no Brasil, mas a complexidade e a sofisticação empregadas nesse caso específico exigem uma investigação minuciosa e contínua. A Operação Sem Desconto tem se destacado por sua abordagem abrangente, buscando não apenas identificar os executores diretos das fraudes, mas também desarticular as estruturas de apoio e os beneficiários de alto escalão. A prisão de Stefanutto reforça essa linha de investigação, sugerindo a sua participação em níveis mais elevados do esquema, possivelmente facilitando ou tolerando as atividades ilícitas durante sua gestão no órgão previdenciário. A atuação de Stefanutto, que ocupou a presidência do INSS entre 2019 e 2023, é o ponto central da acusação. As evidências coletadas apontam para um possível envolvimento dele na facilitação ou na omissão de atos que permitiram a continuidade das fraudes. A operação, que conta com o apoio da CGU, visa, portanto, rastrear e apreender os ativos obtidos ilegalmente e identificar todos os envolvidos, incluindo possíveis financiadores e receptadores do dinheiro desviado. O impacto financeiro das fraudes previdenciárias é um problema crônico no Brasil, afetando a sustentabilidade do sistema e a confiança dos cidadãos. Estima-se que bilhões de reais sejam perdidos anualmente devido a golpes e irregularidades. A Operação Sem Desconto, ao atingir figuras proeminentes como o ex-presidente do INSS, envia uma mensagem clara de que não haverá tolerância com a corrupção em órgãos públicos, especialmente aqueles responsáveis pela garantia de direitos sociais básicos da população. As investigações agora seguirão para identificar a extensão das conexões políticas e financeiras do esquema, buscando desarticular completamente a organização criminosa. A análise do juiz que determinou a prisão de Stefanutto, publicada pela VEJA, indica que há elementos robustos que sustentam a necessidade da medida cautelar para garantir a ordem pública e o bom andamento das investigações, impedindo a continuidade das práticas criminosas e a ocultação de provas. O caso serve como um alerta sobre a importância da fiscalização rigorosa e da integridade na gestão dos recursos públicos, especialmente em áreas sensíveis como a previdência social, que beneficia milhões de brasileiros.