O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, declarou nesta terça-feira que não pautará o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi comunicada por meio de declarações à imprensa, onde Alcolumbre reiterou que o Senado não tem competência para julgar pedidos de impeachment contra membros do STF, uma vez que essa atribuição é exclusiva do Senado Federal por meio de votação em plenário, após aprovação da Câmara dos Deputados. Essa posição diverge da intenção de alguns setores da oposição que buscavam a apreciação do tema, gerando atrito político e instabilidade institucional.A polarização política se intensificou com as divergências sobre a pauta da Câmara dos Deputados. A oposição alega ter articulado um acordo com o líder do governo na Câmara, Hugo Motta, para colocar em votação o projeto de lei que trata da anistia de infrações cometidas por partidos políticos em relação a normas eleitorais. No entanto, a base governista negou veementemente qualquer negociação nesse sentido, prometendo uma forte reação caso tal movimento se concretize. Essa disputa pela pauta legislativa reflete as tensas relações entre os Poderes e a dificuldade em alcançar consensos em temas sensíveis para a democracia brasileira.O impasse na Câmara dos Deputados foi evidenciado por uma paralisação de cerca de 30 horas causada por um motim de parlamentares contrários à pauta governista. O presidente da Casa, Arthur Lira, precisou intervir para garantir a abertura da sessão, demonstrando a gravidade da crise interna e a fragilidade da governabilidade. A intervenção de Lira foi crucial para restabelecer a ordem e permitir a continuidade dos trabalhos legislativos, mas deixou claro o nível de insatisfação e a estratégia de obstrução adotada por parte da oposição.A controvérsia em torno da anistia e a tentativa de inclusão na pauta da Câmara acentuam o debate sobre os limites da atuação parlamentar e o uso de instrumentos legislativos para fins políticos. A negativa de Alcolumbre em relação ao impeachment de Moraes, somada às disputas pela pauta na Câmara, compõe um cenário de alta volatilidade política, onde as alianças e as estratégias de negociação são constantemente testadas, impactando diretamente na governabilidade e na agenda legislativa do país.