O caso Master, que culminou na liquidação da instituição financeira e em investigações de fraude, ganha novos contornos com o planejamento da defesa em promover uma acareação entre o ex-presidente do Banco Regional de Brasília (BRB) e o dono do Master com o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo reportagens, essa manobra defensiva visa, primordialmente, reverter a decisão de liquidação imposta ao Master, uma medida drástica tomada pelo Banco Central (BC) em resposta a graves irregularidades financeiras. A estratégia se alinha à busca por desqualificar a solidez da investigação que aponta para um esquema de fraude, sugerindo que a liquidação foi precipitada e desproporcional.

A intervenção do Banco Central no Master foi justificada pela gravidade das irregularidades encontradas, que teriam comprometido a solidez da instituição e a segurança dos depositantes. A decisão de partir diretamente para a liquidação, em vez de outras medidas de saneamento, indica um alto grau de preocupação por parte da autoridade monetária. A defesa, no entanto, busca argumentar que tais irregularidades, se existiram, não justificariam a extinção da empresa e que a acareação com o ministro Toffoli pode trazer novos elementos ou interpretações que favoreçam seus representados, possivelmente questionando a base legal ou a condução do processo de liquidação.

A importância da acareação reside na possibilidade de confrontar versões e esclarecer fatos sob a ótica de diferentes atores envolvidos. A expectativa é que o depoimento do dono do Master e do ex-presidente do BRB, que precederá a acareação no STF, já contenha elementos que a defesa pretenda utilizar para fundamentar seus argumentos. A presença de Dias Toffoli nesta etapa é vista como crucial, pois ele teria sido procurado pela defesa em momentos anteriores, e sua participação pode conferir um peso maior às discussões e decisões futuras.

O desenrolar do caso Master e as táticas da defesa evidenciam a complexidade de processos que envolvem instituições financeiras e alegações de fraude. A análise das motivações que levaram à liquidação da empresa, em contraste com os objetivos da defesa em reverter essa decisão e desmantelar a investigação, promete movimentar o cenário jurídico e financeiro do país. A atuação do STF, por meio da acareação proposta, pode ser determinante para o futuro do caso e para a própria credibilidade das investigações e regulações do sistema financeiro nacional.