Fogos de Artifício: Riscos para Autistas, Animais e Audição
A chegada de celebrações com fogos de artifício, como o Réveillon, costuma ser acompanhada por um aumento nas preocupações relacionadas aos seus efeitos adversos. Para indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o intenso ruído e os clarões provenientes dos fogos podem desencadear crises sensoriais. Essa hipersensibilidade a estímulos auditivos e visuais pode levar a quadros de ansiedade extrema, desorientação e comportamentos de autoagressão, impactando negativamente a experiência de quem convive com o autismo. Diversas organizações e famílias têm defendido alternativas mais inclusivas e menos disruptivas para as festividades, visando a celebração sem causar sofrimento desnecessário.
O impacto dos fogos de artifício se estende significativamente ao reino animal. Pesquisas indicam que uma grande porcentagem de cães e gatos sofre com o barulho provocado pelos rojões e explosões. A súbita e imprevisível intensidade sonora pode causar pânico nos animais, levando-os a fugir de suas casas, se machucar na tentativa de escapar ou desenvolver traumas psicológicos. Veterinários e especialistas em comportamento animal recomendam estratégias para minimizar o estresse em pets, como a criação de ambientes seguros e abafados, o uso de repelentes olfativos e sonoros específicos, e a distração com brincadeiras ou petiscos, sempre priorizando o bem-estar e a segurança dos animais durante esses períodos.
Além de afetar autistas e animais, os fogos de artifício representam um grave risco para a saúde auditiva humana. A exposição prolongada ou a sons de alta intensidade, como os gerados por explosões pirotécnicas, pode causar danos permanentes ao sistema auditivo. Isso inclui desde zumbidos temporários, conhecida como hipoacusia induzida por ruído, até consequências mais severas como a perda auditiva permanente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca a importância da proteção auditiva em ambientes ruidosos, recomendando o uso de protetores auriculares para minimizar a exposição a níveis prejudiciais de decibéis e a conscientização sobre os perigos de tais eventos sonoros.
Diante desses riscos, diversos municípios e regiões têm buscado regulamentar o uso de fogos de artifício, impondo restrições e multas para coibir o uso indiscriminado. A discussão sobre a proibição total ou a adoção de fogos silenciosos ganha força, buscando um equilíbrio entre as tradições festivas e a proteção da saúde pública e do meio ambiente. Iniciativas que promovem shows de luzes, projeções visuais ou apresentações culturais alternativas surgem como soluções para manter o espírito de celebração sem os efeitos negativos associados aos barulhos e explosões, promovendo um ambiente mais seguro e inclusivo para todos.