A estação mais quente do ano exige atenção redobrada com a saúde da pele. O verão, com seus dias mais longos e atividades ao ar livre, intensifica a exposição aos raios solares, aumentando os riscos de problemas como queimaduras, insolação, desidratação e, a longo prazo, o desenvolvimento de câncer de pele. A dermatologista Ana Paula Mota, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), enfatiza que a proteção solar deve ser um hábito diário, e não apenas uma medida tomada durante as férias ou idas à praia. É fundamental entender que a radiação UV está presente mesmo em dias nublados ou durante o trajeto para o trabalho, e suas consequências podem ser cumulativas ao longo da vida.

Um dos erros mais frequentes na aplicação do protetor solar é a negligência em cobrir áreas específicas do corpo que, por estarem menos expostas ou serem de difícil alcance, acabam desprotegidas. Orelhas, nuca, peito dos pés, dorso das mãos, parte de trás das pernas e até mesmo as pálpebras e lábios são alvos fáceis para a radiação solar, mesmo com o uso de chapéus ou óculos de sol. A aplicação deve ser generosa e homogênea, garantindo que toda a pele exposta receba uma camada protetora uniforme. Reaplicar o produto a cada duas horas, especialmente após sudorese intensa ou contato com a água, é igualmente vital para manter a eficácia da proteção ao longo do dia.

A escolha do protetor solar ideal vai além da marca ou do fator de proteção solar (FPS). É importante considerar o tipo de pele, o phototype de cada indivíduo e as atividades que serão realizadas. Para peles claras e sensíveis, FPS mais altos (acima de 30) são recomendados, assim como produtos com filtros físicos, que agem como uma barreira mecânica contra os raios solares. Em contrapartida, para peles mais resistentes, filtros químicos podem ser uma opção, mas sempre verificando a qualidade e a procedência do produto. Além disso, a proteção de amplo espectro, que abrange tanto os raios UVA quanto os UVB, é essencial, pois ambos os tipos de radiação podem causar danos severos à pele.

Prevenir é o melhor caminho, e a proteção da pele no verão envolve uma abordagem multifacetada. Além do uso rigoroso do protetor solar, medidas complementares como o uso de chapéus de abas largas, óculos de sol com proteção UV, roupas com fator de proteção ultravioleta (FPU), e buscar sombra nos horários de maior incidência solar (entre 10h e 16h) potencializam a defesa contra os efeitos nocivos do sol. A hidratação adequada, com o consumo de água e líquidos, também auxilia na manutenção da saúde da pele, prevenindo o ressecamento e ajudando o corpo a lidar com as altas temperaturas. Estar atento a qualquer alteração na pele, como o aparecimento de pintas novas, mudanças na aparência de pintas existentes, ou feridas que não cicatrizam, e procurar um dermatologista é um passo crucial para diagnósticos precoces e tratamentos eficazes, garantindo um verão e uma vida com mais saúde e bem-estar.