Rússia exibe instalação de mísseis Oreshnik com capacidade nuclear em Belarus
A Federação Russa apresentou publicamente sistemas de mísseis táticos Oreshnik em território bielorrusso. Esses sistemas são notórios por sua capacidade de portar ogivas nucleares, o que eleva significativamente o nível de alerta e preocupação na comunidade internacional. A decisão de implantar tais armas em um país vizinho a membros da OTAN sinaliza uma postura de dissuasão ativa por parte de Moscou, que tem consistentemente acusado o ocidente de aumentar a sua presença militar e a sua influência nas fronteiras russas. A presença destes mísseis pode alterar o equilíbrio estratégico na região Leste Europeu.
A operação militar especial em andamento na Ucrânia tem sido um fator crucial para esta escalada. A Rússia alega que a expansão da OTAN para o leste e o apoio militar ocidental a Kiev são ameaças diretas à sua segurança nacional. A Belarus, sob a liderança de Alexander Lukashenko, tem se posicionado como um aliado próximo da Rússia, oferecendo seu território como plataforma para exercícios militares e, como agora demonstrado, para o posicionamento de armamentos estratégicos. Essa colaboração militar estrita entre Belarus e Rússia é vista por muitos analistas como uma extensão da estratégia de segurança russa, visando criar uma zona de influência e uma barreira dissuasória contra o ocidente.
Os mísseis Oreshnik, parte da mais recente geração de armamentos russos, são projetados para serem móveis e difíceis de detectar, aumentando sua eficácia em cenários de conflito. A menção à sua capacidade nuclear, mesmo que tática, é um ponto de grande apreensão, pois levanta a possibilidade de utilização em um campo de batalha, o que seria um precedente perigoso e potencialmente devastador. A doutrina nuclear russa permite o uso de armas nucleares em resposta a ameaças existenciais à Federação Russa ou em resposta a agressões com armas convencionais contra a Rússia ou seus aliados. A decisão de expor essas capacidades em Belarus visa, sem dúvida, enviar uma mensagem clara a países como a Polônia, Lituânia e Letônia, que compartilham fronteiras com Belarus e são membros da OTAN.
A comunidade internacional tem reagido com forte condenação e preocupação. A ONU e a OTAN reiteraram a necessidade de desescalada e instaram a Rússia a não empregar ou ameaçar com o uso de armas nucleares. Os Estados Unidos e outros aliados ocidentais prometeram uma resposta coordenada caso haja qualquer ameaça real ou utilização dessas armas. A situação requer vigilância constante e um esforço diplomático contínuo para evitar que a retórica e as ações militares em Belarus e na Ucrânia levem a um conflito de maior escala, com consequências imprevisíveis para a segurança global.