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Prefeito do Rio nega intolerância religiosa no Réveillon e defende diversidade, enquanto órgãos acionam justiça por discriminação gospel

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, negou veementemente as acusações de intolerância religiosa que recaíram sobre a organização do Réveillon da cidade, atribuídas à priorização de eventos gospel. Paes declarou ser o mandatário municipal que mais tem apoiado a diversidade na história da cidade, usando a frase Quem é de axé vem para o samba para exemplificar seu compromisso. A declaração surge em meio a investigações e ações judiciais movidas por órgãos como o Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto de Integração e Desenvolvimento Afro-Brasileiro (Idafro), que apontam para possível discriminação religiosa. Estes órgãos buscam apurar se a programação do Réveillon promoveu um tratamento desigual entre as diferentes manifestações religiosas e culturais. A controvérsia gira em torno da alocação de recursos e visibilidade para eventos gospel, levantando debates sobre a laicidade do Estado e a necessidade de equidade na promoção de celebrações públicas. Setoriais do Partido dos Trabalhadores (PT) também se manifestaram, cobrando a garantia de equidade religiosa nas festividades. A situação coloca em xeque a capacidade da administração pública em gerenciar a diversidade religiosa de forma inclusiva, especialmente em eventos de grande alcance e simbolismo como a virada de ano. A atuação do MPF neste caso busca um diálogo institucional com a Prefeitura para resolver as pendências e assegurar que futuras celebrações respeitem a pluralidade de crenças presentes na sociedade carioca. A Prefeitura do Rio, por sua vez, tem a tarefa de demonstrar suas ações em prol da diversidade e, ao mesmo tempo, responder às preocupações levantadas pelos órgãos de controle e pela sociedade civil. A discussão vai além da programação de um evento específico, tocando em pontos cruciais da convivência religiosa e do respeito às minorias no Brasil, um país marcado por sua rica diversidade cultural e espiritual. O desfecho dessas investigações pode estabelecer importantes precedentes para a forma como eventos públicos são organizados e financiados, garantindo um espaço mais equânime para todas as crenças e tradições.