Casos de osteoporose devem disparar até 2050, inclusive no Brasil
A osteoporose, uma condição caracterizada pela diminuição da densidade mineral óssea e deterioração da microarquitetura do osso, levando a um aumento da fragilidade e do risco de fraturas, tem sido identificada como um problema de saúde pública crescente em todo o mundo. Estudos recentes e projeções de organizações de saúde apontam para um aumento expressivo no número de pessoas afetadas pela doença até o ano de 2050. Essa tendência alarmante não se restringe a regiões específicas, mas abrange países em desenvolvimento e emergentes, como o Brasil, que já observa um envelhecimento da sua população, um dos principais fatores de risco para a osteoporose. O aumento esperado na incidência da doença acarreta não apenas um impacto direto na qualidade de vida dos indivíduos, mas também um ônus significativo para os sistemas de saúde, demandando investimentos em prevenção, diagnóstico precoce e tratamento.
Os fatores que contribuem para o aumento projetado da osteoporose são multifacetados e interligados. O envelhecimento populacional é, sem dúvida, o principal motor dessa tendência, uma vez que a perda óssea se acelera após os 50 anos, especialmente em mulheres após a menopausa devido à queda nos níveis de estrogênio. No entanto, outros elementos também desempenham um papel crucial, como a diminuição da atividade física, hábitos alimentares inadequados com baixo consumo de cálcio e vitamina D, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o sedentarismo. A obesidade, paradoxalmente, embora muitas vezes associada a ossos mais densos, pode também aumentar o risco de quedas e fraturas, além de estar ligada a outras comorbidades que prejudicam a saúde óssea. A crescente prevalência dessas condições na sociedade moderna contribui diretamente para as previsões sombrias.
No contexto brasileiro, onde a expectativa de vida tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas, o desafio da osteoporose se torna ainda mais premente. A transição demográfica para uma população mais idosa, combinada com os estilos de vida atuais, como o sedentarismo e dietas menos nutritivas, criam um cenário propício para o agravamento da doença. As fraturas decorrentes da osteoporose, especialmente as de quadril, coluna e punho, não resultam apenas em dor e perda de mobilidade, mas também podem levar à incapacidade permanente, dependência de terceiros e aumento da mortalidade. Portanto, a conscientização sobre a doença, a promoção de hábitos saudáveis desde a juventude e a implementação de políticas públicas eficazes de saúde óssea são medidas urgentes e indispensáveis.
Para combater essa epidemia silenciosa que se avizinha, é fundamental que haja uma abordagem integrada que contemple a educação em saúde, a rastreamento de grupos de risco, a disponibilidade de exames de densitometria óssea e o acesso a tratamentos farmacológicos e não farmacológicos adequados. A prevenção, que deve começar na infância com a construção de um pico de massa óssea robusto e continuar ao longo da vida adulta, é a estratégia mais eficaz a longo prazo. Campanhas de conscientização pública, programas escolares voltados para a saúde óssea e o incentivo à prática regular de exercícios físicos adaptados à terceira idade podem surtir efeitos positivos significativos. Além disso, a pesquisa científica contínua é essencial para o desenvolvimento de novas terapias e estratégias de manejo da osteoporose, garantindo um envelhecimento mais saudável e com maior qualidade de vida para as futuras gerações.