Brasil, Rússia e China pedem fim da ação dos EUA contra a Venezuela na ONU
O Brasil, através de seu embaixador na Organização das Nações Unidas (ONU), manifestou publicamente sua preocupação com a escalada das tensões no Caribe, solicitando o fim da ação militar e do bloqueio naval impostos pelos Estados Unidos contra a Venezuela. A iniciativa, segundo o representante brasileiro, contraria princípios de não intervenção e diplomacia, e pode acarretar consequências humanitárias e de instabilidade regional. A posição do Brasil em fóruns internacionais, como a ONU, reflete um esforço contínuo para promover soluções pacíficas e negociadas para conflitos, buscando evitar o aprofundamento de crises que afetam populações civis e a ordem global. A ação americana, que visa, segundo o governo dos EUA, impedir a entrada de suprimentos de drogas na Venezuela, foi duramente criticada pela Rússia e pela China. Moscou classificou a medida como um ato de pirataria e uma demonstração de completa anarquia no mar do Caribe, lembrando de incidentes históricos em águas internacionais. Pequim, por sua vez, endossou as críticas, acusando os Estados Unidos de violarem leis internacionais e de utilizarem táticas de intimidação para forçar mudanças de regime em outras nações soberanas. Ambas as potências consideram a ação uma afronta à soberania venezuelana e um precedente perigoso para as relações internacionais. A narrativa de uma ‘guerra às drogas’ ou de combate ao narcotráfico, utilizada pelos EUA para justificar sua presença militar e o bloqueio, é vista por analistas como uma cortina de fumaça para objetivos geopolíticos e econômicos mais amplos, visando isolar ainda mais o governo de Nicolás Maduro. A Venezuela tem enfrentado um embargo econômico severo e pressões políticas intensas, que, segundo o governo venezuelano, são orquestradas pelos Estados Unidos com o intuito de desestabilizar o país e reverter o processo bolivariano. A situação humanitária na Venezuela, já delicada, pode ser ainda mais agravada com o bloqueio naval, dificultando a entrada de bens essenciais para a população. O debate na ONU expõe a crescente polarização no cenário internacional em relação à crise venezuelana. Enquanto os EUA e seus aliados insistem em medidas de pressão máxima, países como Brasil, Rússia e China defendem uma abordagem baseada no diálogo e no respeito à soberania nacional, criticando o que consideram ser uma política de intervenção e sanções unilaterais. A situação no mar do Caribe se torna, assim, um reflexo das disputas de poder e das visões divergentes sobre a ordem mundial, com a Venezuela servindo como um palco para essas tensões globais.