Tensão EUA-Venezuela em 2026: Doutrina Monroe e o futuro da América Latina
A projeção de um aumento na tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela em 2026, sob a ótica da Doutrina Monroe, aponta para um cenário complexo na América Latina. A Doutrina Monroe, que desde o século XIX delineia a política externa americana em relação ao hemisfério ocidental, com o princípio de não intervenção de potências europeias nos assuntos das Américas, tem sido historicamente invocada para justificar ações dos EUA na região. Em 2026, a aplicação dessa doutrina pode se manifestar em novas pressões econômicas e diplomáticas sobre o regime de Nicolás Maduro, agravadas por um contexto de isolamento internacional crescente, apesar do apoio de países como Rússia e China. Essa abordagem, frequentemente vista como uma forma de hegemonia, gera reações divididas na região e no cenário global.
As acusações de extorsão feitas pela Venezuela contra os Estados Unidos nas Nações Unidas refletem a polarização do debate e a busca por suporte diplomático por parte de Caracas. A Rússia e a China, ao criticarem a postura americana e apoiarem as queixas venezuelanas, posicionam-se como contrapontos à influência unipolar dos EUA, exacerbando a disputa por influência na América Latina. Esse atrito em fóruns internacionais não apenas destaca as diferenças ideológicas e geopolíticas, mas também sinaliza um possível fortalecimento de alianças alternativas em oposição ao bloco ocidental, o que pode ter ramificações significativas para a estabilidade regional e para a economia global, especialmente no setor de energia.
A questão do bloqueio petrolífero imposto pelos Estados Unidos à Venezuela emerge como um ponto focal nas perspectivas de 2026. A capacidade de Maduro de gerenciar a economia venezuelana sob tais sanções, e se ele conseguirá sobreviver a esse isolamento econômico, é um fator determinante para a estabilidade política do país e para a dinâmica regional. A dependência da Venezuela em relação às exportações de petróleo é um ponto de vulnerabilidade explorado pelas sanções, mas a resiliência do regime e a capacidade de encontrar rotas alternativas de comercialização ou parcerias estratégicas podem moldar o desfecho dessa crise econômica e humanitária.
O comportamento descrito como de ‘cowboy’ e a ‘espetáculo de intimidação’ atribuídos a Donald Trump exemplificam uma abordagem assertiva e, por vezes, unilateral na política externa americana. Em 2026, caso Trump retorne ao poder ou mantenha sua influência política, essa postura pode se intensificar, criando um ambiente de incerteza para os demais países latino-americanos. A combinação da Doutrina Monroe, sanções econômicas e uma retórica agressiva pode levar a um aumento da instabilidade, a migrações em massa e a novas dinâmicas de poder na região, testando a diplomacia multilateral e a capacidade de resistência dos países sul-americanos diante de pressões externas.