Previsão da Inflação no Brasil em 2025: O Que Esperar de Preços e Consumo
As projeções para a inflação no Brasil em 2025 indicam um cenário de contenção, com expectativas de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) se mantenha dentro da meta estabelecida pelo governo sob a liderança de Lula. Um dos principais fatores que contribuem para essa perspectiva é o desempenho dos preços dos alimentos, que têm demonstrado uma tendência de desaceleração ou até mesmo de queda. Essa moderacão, aliás, já foi antecipada para o final de 2024, sinalizando uma mudança de paradigma em relação aos anos anteriores, quando a pressão inflacionária dos alimentos foi um dos principais vilões do poder de compra das famílias. Se essa tendência se confirmar, o cenário para o bolso do consumidor em 2025 tende a ser mais positivo no que diz respeito à cesta básica e a outros itens essenciais da alimentação.
Contudo, nem todos os setores apresentarão essa mesma calmaria nos preços. Um dos vilões que continua a pressionar o orçamento das famílias é o setor de transportes, com destaque para as passagens aéreas que já registraram uma alta expressiva em dezembro, afetando diretamente o IPCA-15 (a prévia da inflação oficial). Essa elevação nos custos de deslocamento aéreo pode ser multifatorial, incluindo desde o aumento do preço do combustível de aviação até a lei da oferta e da demanda em períodos de maior procura. A tendência de alta em serviços relacionados a viagens e transporte é um ponto de atenção para os economistas, pois pode corroer os ganhos obtidos com a desaceleração de outros setores.
O cenário de inflação mais controlada em 2025 reforça a tese de que o Banco Central poderá manter ou intensificar o ciclo de cortes na taxa básica de juros (Selic). Analistas econômicos apontam que uma inflação dentro da meta abre espaço para uma política monetária mais expansionista, o que, em tese, tenderia a estimular o consumo e os investimentos. A expectativa de redução da Selic em março, por exemplo, é vista como um sinal positivo para a economia, podendo tornar o crédito mais acessível e, consequentemente, impulsionar setores que sofrem com juros altos, como o imobiliário e o de bens duráveis.
Em suma, 2025 se desenha como um ano de inflação mais comportada no Brasil, impulsionada em grande parte pela trégua nos preços dos alimentos. No entanto, a persistência de aumentos em setores de serviços, como o de transporte aéreo, exige monitoramento constante. O comportamento dos juros, atrelado à trajetória inflacionária, será crucial para determinar o ritmo de recuperação econômica e o alívio no bolso do consumidor, que poderá experimentar um cenário mais estável, embora com desafios específicos em determinados segmentos de consumo e gastos familiares.