O Governo Federal deu um passo significativo no controle da indústria de apostas online com o lançamento da Plataforma Centralizada de Autoexclusão. Esta iniciativa, ainda que um pouco atrasada em comparação com outros mercados regulamentados, visa oferecer uma ferramenta eficaz para indivíduos que buscam limitar ou cessar seu envolvimento com sites de apostas. A plataforma permite que o usuário solicite o bloqueio de acesso a todas as empresas que operam legalmente no Brasil, independentemente de onde estejam sediadas, desde que possuam registro ou autorização do poder público. A medida parte da premissa de que o jogo, quando não controlado, pode se tornar um grave problema de saúde pública, similar a outras dependências. A expectativa é que a ferramenta ajude a reduzir os casos de vício em jogos de azar e suas consequências sociais e financeiras. A regulamentação de apostas esportivas no Brasil, sancionada no final de 2023, trouxe consigo a necessidade de mecanismos de proteção ao apostador, e a autoexclusão é um desses pilares fundamentais. A plataforma entra em operação em um momento em que o debate sobre os impactos do jogo online na sociedade ganha cada vez mais força, com relatos crescentes de endividamento e problemas familiares associados a essa prática. Além da autoexclusão voluntária, o governo também tem atuado para desarticular operações ilegais. De janeiro a setembro do ano passado, por exemplo, foram bloqueadas cerca de 19 mil URLs e removidas 242 páginas ligadas a sites de apostas sem autorização, demonstrando um esforço multifacetado para organizar e supervisionar o setor. Essa ação combinada de criação de ferramentas de proteção e repressão a atividades irregulares é crucial para o estabelecimento de um ambiente de apostas mais seguro e responsável. A autoexclusão, nesse contexto, serve como um importante instrumento de autocontrole, empoderando o indivíduo a tomar uma decisão consciente sobre seu comportamento. As notificações de autoexclusão serão encaminhadas pela plataforma diretamente às operadoras de apostas, que terão um prazo determinado para efetivar o bloqueio. É importante ressaltar que a plataforma se aplica a todos os sites legalizados no país, o que significa que um único pedido cobrirá uma vasta gama de serviços de apostas. A funcionalidade é realizada de forma totalmente digital, buscando a praticidade e acessibilidade para todos os cidadãos. Para aqueles que lutam contra o vício em jogos, essa plataforma representa uma luz no fim do túnel, um auxílio concreto para reconquistar o controle sobre suas vidas. A integração dessa ferramenta com outras políticas públicas de saúde e assistência social pode potencializar ainda mais seus efeitos positivos, oferecendo suporte integral a quem lida com a dependência. A disponibilização de uma plataforma gratuita e centralizada é um avanço considerável, facilitando o processo e removendo barreiras que antes poderiam impedir a solicitação de bloqueio. Esperamos que esta medida contribua significativamente para a promoção de um ecossistema de apostas mais ético e sustentável no Brasil, protegendo os mais vulneráveis e garantindo um ambiente competitivo e justo para as empresas que operam dentro da legalidade. A sociedade, ao longo do tempo, tem testemunhado a expansão dessas plataformas digitais e a necessidade de regulamentação e proteção se tornou inegável, e a iniciativa de autoexclusão é um reflexo dessa crescente consciência.