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Apagão em SP: Tarcísio de Freitas exige intervenção na Enel e aponta falhas em contrato

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciou nesta sexta-feira (12) que solicitará uma intervenção formal na Enel Distribuição São Paulo, após o extenso apagão que deixou milhões de pessoas sem energia elétrica em diversas regiões da capital e arredores. A medida drástica surge em meio a uma onda de insatisfação popular e críticas à gestão da concessionária diante da crise energética. Freitas classificou a situação como inaceitável e declarou que o estado se encontra praticamente refém de um contrato federal que, segundo ele, tem se mostrado insuficiente para garantir a qualidade do serviço. A falta de energia, que se estendeu por dias em alguns locais, impactou severamente a rotina dos cidadãos, forçando muitos a buscarem soluções improvisadas, como tomar banho em academias, evidenciando a profunda crise de infraestrutura. O problema se agrava ao constatar o baixo contingente de veículos de atendimento disponibilizados pela Enel para socorrer os moradores em meio à emergência, conforme apontado pelo prefeito Ricardo Nunes, que criticou a presença de menos de 40 unidades de serviço atendendo a população. Essa deficiência na resposta rápida da empresa apenas intensifica a percepção de descaso e ineficiência, gerando um clamor popular por ações concretas e soluções definitivas para a precariedade no fornecimento de energia em uma das maiores metrópoles do país. A Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) emitiu um comunicado atribuindo os recorrentes problemas de infraestrutura a eventos climáticos extremos, como as fortes chuvas e ventos que assolaram o estado. Embora o clima tenha seu papel, a magnitude e a duração do apagão levantam questionamentos sobre a capacidade da Enel em lidar com situações adversas e a adequação de seus planos de contingência. A crítica do governador à natureza do contrato federal sugere uma visão de que a regulação e fiscalização atuais não são suficientes para compelir a concessionária a realizar os investimentos necessários e a manter um padrão de serviço digno. O impacto econômico do apagão também é alarmante. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) estima que o prejuízo causado ao comércio pode ter chegado a R$ 77,5 milhões, refletindo a paralisação das atividades em inúmeros estabelecimentos que dependem de energia elétrica para operar. Cinemas, restaurantes, pequenos comércios e shoppings deixaram de faturar, e muitos chegaram a perder produtos perecíveis devido à falta de refrigeração. Essa perda financeira representa um duro golpe para a economia local e reforça a urgência de soluções que garantam a estabilidade do fornecimento de energia e a proteção dos negócios e empregos. A situação exige uma profunda reavaliação dos contratos de concessão e uma fiscalização mais rigorosa por parte dos órgãos reguladores para evitar que eventos como este se repitam e causem prejuízos ainda maiores à sociedade paulistana e à economia do estado.