Uma nova pesquisa aponta que o Mounjaro, conhecido por seu uso no tratamento da diabetes tipo 2 e ganho de peso, demonstra potencial para impactar significativamente a forma como o cérebro processa os sinais relacionados à comida. O estudo sugere que o medicamento poderia atenuar o chamado “ruído alimentar”, um termo que descreve os pensamentos persistentes e impulsos relacionados à busca e ingestão de alimentos que levam à compulsão alimentar.
O mecanismo por trás desse efeito parece envolver a modulação de vias neuroquímicas no cérebro, possivelmente influenciando neurotransmissores ligados à recompensa e ao apetite. Ao alterar essa comunicação cerebral, o Mounjaro poderia reduzir a intensidade dos desejos por comida, auxiliando indivíduos a fazerem escolhas alimentares mais conscientes e a manterem um controle sobre a ingestão, o que é fundamental para o manejo do peso e o tratamento de transtornos alimentares.
Essas descobertas, embora iniciais, abrem um leque de possibilidades para abordagens terapêuticas futuras. A compulsão alimentar é uma condição complexa, frequentemente associada a fatores psicológicos e biológicos, e a capacidade de um medicamento farmacológico de intervir diretamente nos circuitos neurais associados a esse impulso representa um avanço considerável na compreensão e no tratamento dessa condição, que afeta milhões de pessoas globalmente e pode ter sérias consequências para a saúde mental e física.
O Mounjaro, que tem como princípio ativo a tirzepatida, já demonstrou eficácia na promoção da perda de peso em ensaios clínicos, o que, aliado a essa nova perspectiva de ação cerebral, o posiciona como uma ferramenta promissora no combate à obesidade e suas comorbidades. A pesquisa levanta a hipótese de que, ao reduzir a influência do “ruído alimentar”, o medicamento não apenas auxilia na perda de peso, mas também melhora a relação do indivíduo com a comida, promovendo um padrão alimentar mais saudável e equilibrado a longo prazo.