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Conselho de Segurança da ONU aprova plano de paz para Gaza

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou nesta segunda-feira (10) uma resolução que endossa um plano de cessar-fogo tripartite para Gaza, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A medida visa um acordo escalonado para encerrar o conflito, incluindo a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos, e uma reconstrução da Faixa de Gaza. A votação, que contou com 14 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção, representa um passo significativo nos esforços diplomáticos para por fim à guerra que começou após os ataques do Hamas em 7 de outubro do ano passado. A comunidade internacional tem pressionado por uma solução que garanta a segurança de Israel e estabeleça as bases para um Estado palestino independente.

Contudo, a implementação do plano enfrenta obstáculos consideráveis. O primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, reiterou na véspera da votação sua posição de que Israel não abrirá mão de seu controle de segurança sobre a região, mesmo com a criação de um Estado palestino. Essa declaração gerou preocupações sobre a viabilidade de uma solução de dois Estados, que é amplamente defendida pela comunidade internacional como a única via duradoura para a paz. A posição de Netanyahu também reflete as pressões internas em seu governo, onde facções mais conservadoras se opõem firmemente a qualquer concessão territorial. Paralelamente, Israel continua suas investigações internas sobre as falhas de segurança que permitiram os ataques do Hamas em outubro, um processo que gera debates sobre responsabilidade e preparo para futuras ameaças.

A resolução aprovada não detalha a natureza da força internacional que seria enviada a Gaza, um ponto que ainda requer negociações e o consentimento de todas as partes envolvidas. A ideia de uma força de manutenção da paz tem sido debatida, mas a configuração exata, o mandato e a composição dessa força são pontos cruciais a serem definidos. O envolvimento de países árabes seria crucial para a aceitação e o sucesso de tal missão. A proposta do plano de paz de Biden, contudo, oferece um roteiro ambicioso que busca conciliar as demandas de Israel por segurança com as aspirações palestinas por autodeterminação e soberania.

A necessidade de um governo futuro para Gaza também foi enfatizada, com a resolução apoiando a criação de uma entidade que possa gerenciar o território após um cessar-fogo prolongado. A comunidade internacional tem a esperança de que um governo palestino unificado, tanto na Cisjordânia quanto em Gaza, possa ser um parceiro confiável para negociações de paz. A gestão de Gaza após a guerra é um dos pontos mais complexos, e a proposta da ONU visa criar um quadro para a estabilização e governança futura, longe do controle do Hamas, ao mesmo tempo em que busca evitar um vácuo de poder que possa levar a mais instabilidade ou ao domínio de outros grupos extremistas. Esses desafios exigirão forte coordenação internacional e o apoio de todos os atores regionais.