Carlo Ancelotti, em suas recentes declarações, apresentou uma perspectiva realista e estratégica sobre as chances da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026. O treinador italiano destacou a necessidade de o time canarinho apresentar uma defesa robusta, comparando a solidez defensiva com a de seu próprio Real Madrid e de seleções brasileiras memoráveis. Essa ênfase na retaguarda não diminui, em sua visão, o potencial ofensivo, mas o complementa para garantir um desempenho mais equilibrado e competitivo nos mais altos níveis do futebol mundial, onde a capacidade de sofrer poucos gols pode ser um diferencial crucial em jogos decisivos e fases eliminatórias.
Ancelotti não hesitou em citar o Brasil tetracampeão de 1994, comandado por Carlos Alberto Parreira, como um exemplo a ser seguido em termos de organização defensiva. Embora tenha brincado sobre o estilo de jogo daquele time, ele reconhece a eficiência daquela formação, que soube aliar força defensiva com lampejos de genialidade para conquistar o título. Essa referência histórica serve como um guia para a atual geração, mostrando que um projeto vencedor pode se basear em pilares defensivos bem estabelecidos, algo que não se vê com tanta frequência em histórias recentes da Seleção, que por vezes priorizou o ataque em detrimento de uma estrutura defensiva sólida e compacta.
O treinador também mencionou as surpresas das Copas anteriores, como as viradas do Japão e da Croácia no Catar, como marcos que demonstram a imprevisibilidade e a crescente competitividade global. Essas zebras, que frustraram favoritos, servem como um alerta e, ao mesmo tempo, uma inspiração para que o Brasil entre com a mentalidade correta, respeitando todos os adversários, mas confiante em sua capacidade de impor seu jogo. A preparação mental e tática para lidar com diferentes cenários e adversários é vista por Ancelotti como tão importante quanto a qualidade técnica individual dos jogadores.
Com um toque de bom humor, Ancelotti também abordou sua relação com a imprensa e a possibilidade de assumir a Seleção Brasileira de forma definitiva. No entanto, seu foco principal permanece em transmitir sua filosofia de jogo, que valoriza a disciplina tática e a solidez defensiva como bases para o sucesso. A busca pelo hexacampeonato em 2026 passa, em sua análise, pela construção de uma equipe que seja forte em todos os setores, capaz de se defender com eficiência e explorar as oportunidades de ataque com precisão. A experiência de Ancelotti em gerenciar grandes estrelas e equipes vitoriosas o credencia a ser uma voz de peso na definição do futuro da Seleção Brasileira.