PF apreende fuzil, dinheiro e carros de luxo em nova fase sobre esquema no INSS
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (4) mais uma fase da Operação Sem Desconto, voltada para desarticular um sofisticado esquema criminoso que atuava no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação resultou na apreensão de um fuzil, grande quantidade de dinheiro em espécie, além de veículos de luxo como um Cadillac e um Mustang, indicando a dimensão financeira e a complexidade das atividades ilícitas investigadas. A operação tem como alvo ex-dirigentes do órgão, incluindo um ex-presidente do INSS, além de despachantes e outros indivíduos suspeitos de integrar a rede de fraudes.
As investigações apontam que o esquema envolvia o pagamento de propina mensal substancial, estimada em cerca de R$ 250 mil, ao ex-presidente do INSS. Essa quantia seria parte do modus operandi para facilitar e garantir a aprovação de benefícios fraudulentos e agilizar processos, em detrimento da legalidade e da correta aplicação dos recursos públicos. A PF também busca esclarecer o envolvimento de políticos, com notícias indicando que um ex-ministro de Jair Bolsonaro e deputados estariam entre os alvos desta nova etapa da operação.
Além das apreensões de bens, a operação cumpre mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva em diversas localidades. Um detalhe revelado é que Stefanutto, um dos investigados, foi expulso de um apartamento funcional antes de sua prisão, sugerindo uma possível tentativa de evasão ou de ocultação de provas. A Coordenação-Geral de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro da PF, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), tem sido fundamental na condução das investigações, buscando não apenas punir os envolvidos, mas também recuperar os valores desviados dos cofres públicos.
A Operação Sem Desconto, iniciada em 2022, já desarticulou diversas frentes de fraudes no INSS, que incluem desde a concessão indevida de aposentadorias e auxílios até o favorecimento em processos administrativos mediante pagamento de propina. O foco agora se volta para a alta cúpula do esquema, evidenciando a necessidade de uma atuação rigorosa para restaurar a confiança no sistema previdenciário e garantir que os benefícios cheguem a quem realmente tem direito, sem que haja o desvio de recursos que deveriam atender milhões de brasileiros.