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Nicolas Sarkozy é liberado da prisão para aguardar recurso contra condenação

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi liberado da prisão nesta quarta-feira (16), após cumprir cerca de 20 dias de uma pena de cinco anos de reclusão. A decisão, tomada por um tribunal francês, permite que Sarkozy aguarde em liberdade o julgamento de seu recurso contra a condenação por corrupção e tráfico de influência, proferida em março deste ano. Ao deixar o centro de detenção, Sarkozy estava em um veículo com vidros escuros e escoltado por policiais, demonstrando a discrição que a situação exige. Sarkozy, que foi presidente da França entre 2007 e 2012, é a primeira figura política de alto escalão a ser condenada a uma pena de prisão efetiva no país em décadas, o que gerou grande repercussão nacional e internacional. A sua equipe jurídica já manifestou satisfação com a decisão de liberdade provisória, afirmando que a “verdade prevalecerá”. A condenação original de Sarkozy se refere a um caso de escutas telefônicas ilegais em que o ex-líder teria tentado obter informações sigilosas de um magistrado, visando influenciar um processo judicial favorável a ele. O caso remonta a 2014, quando a justiça investigava alegações de financiamento ilegal de sua campanha presidencial de 2007. As gravações telefônicas revelaram diálogos entre Sarkozy e seu advogado, Gilbert Azibert, que, segundo a acusação, indicavam uma troca de favores: o auxílio do magistrado em um caso judicial em troca de informações privilegiadas. A defesa de Sarkozy sempre negou as acusações, alegando que as conversas foram tiradas de contexto e que não houve qualquer ilegalidade. A decisão de conceder liberdade provisória para aguardar o recurso é um alívio para o ex-presidente, mas não encerra o processo legal. O julgamento do recurso pode levar meses e o resultado ainda é incerto. A sociedade francesa tem acompanhado o caso com grande interesse, dividida entre aqueles que veem a condenação como um marco na luta contra a corrupção e a impunidade, e outros que a consideram uma perseguição política. A eventual confirmação da condenação, mesmo com a pena cumprida em regime aberto ou com medidas alternativas, teria um impacto significativo em sua carreira política e em sua imagem pública, mesmo diante da possibilidade de um futuro retorno à vida pública.