A Doença Renal Crônica (DRC) tem se tornado uma preocupação global de saúde pública, sendo classificada como a nona principal causa de morte no mundo. Novos estudos apontam que a condição afeta aproximadamente 788 milhões de pessoas em todo o globo, um número que quase dobrou nos últimos 30 anos, resultando em cerca de 1,5 milhão de óbitos anualmente. Essa doença é frequentemente chamada de silenciosa devido à ausência de sintomas nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento, levando a complicações graves e, muitas vezes, fatais.

O diabetes mellitus e a hipertensão arterial são os principais fatores de risco e as causas mais comuns da DRC. No caso do diabetes, níveis elevados de glicose no sangue por longos períodos podem danificar os pequenos vasos sanguíneos dos rins, comprometendo sua capacidade de filtração. Da mesma forma, a pressão alta crônica sobrecarrega os rins, prejudicando suas estruturas e funções ao longo do tempo. Outros fatores de risco incluem histórico familiar da doença, obesidade, doenças autoimunes como lúpus e uso prolongado de certos medicamentos.

Reconhecer os sinais de alerta, mesmo que sutis, é crucial para a detecção precoce da doença renal. Entre os sintomas que podem indicar um comprometimento renal estão o inchaço nas pernas, tornozelos e pés (edema), alterações na frequência e aparência da urina (mais clara, espumosa ou com sangue), fadiga persistente, náuseas e vômitos, além de alterações na pressão arterial. A falta de ar e coceiras na pele também podem ser manifestações da DRC em estágios mais avançados.

Diante do aumento expressivo da incidência e mortalidade associadas à doença renal crônica, especialistas reforçam a importância da prevenção e do acompanhamento médico regular. Para pessoas com fatores de risco, como diabéticos e hipertensos, exames periódicos, incluindo dosagem de creatinina no sangue e exame de urina, são fundamentais. Manter um estilo de vida saudável, com dieta balanceada, controle de peso, prática de exercícios físicos e abstenção do tabagismo, são medidas essenciais para proteger a saúde renal e prevenir o desenvolvimento da doença ou a progressão de quadros já existentes.