COP30 em Belém: expectativa de redução de líderes e desafios na agenda climática
A Conferência das Partes (COP) é o principal órgão de decisão da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), reunindo governos, sociedade civil e outros atores para debater e negociar ações contra o aquecimento global. A COP30, que sediará Belém em 2025, já se encontra no centro das atenções, não apenas por ser sediada no Brasil e em uma região de extrema importância ambiental como a Amazônia, mas também pelas projeções em relação à participação de líderes mundiais. O termo FLOP30, surgido em comparações com as edições anteriores, como a COP29, levanta um alerta sobre a possível diminuição no número de chefes de Estado presentes, o que pode indicar um ceticismo ou uma mudança de prioridades na agenda internacional climática. A redução na presença de alta cúpula não significa necessariamente menor engajamento, mas pode demandar novas estratégias para garantir a efetividade das decisões.
O governo brasileiro, sob a liderança do Presidente Lula, tem grandes expectativas para a COP30. A meta é posicionar a Amazônia como protagonista nas discussões climáticas, buscando não apenas a proteção ambiental, mas também o desenvolvimento sustentável da região, com foco na bioeconomia e na valorização dos conhecimentos tradicionais. No entanto, o caminho para alcançar essas ambições é repleto de obstáculos. Questões como financiamento climático, a justa transição energética para países em desenvolvimento, a responsabilização dos maiores emissores e a implementação de acordos firmados em cúpulas anteriores representam desafios significativos que precisam ser superados para que a COP30 seja um marco transformador.
A agenda em Belém já demonstra sinais de disputa. A abertura da conferência foi marcada pela urgência em definir os temas prioritários e garantir que as negociações caminhem em direção a resultados concretos. A possibilidade de a carta final da cúpula propor que Belém sirva como um novo ciclo de ação demonstra a ambição de ir além dos discursos, buscando um compromisso renovado e efetivo com a agenda climática global. Isso implica em estabelecer metas mais ambiciosas, mecanismos de acompanhamento mais robustos e a garantia de que os compromissos assumidos se traduzam em ações tangíveis no combate às mudanças climáticas.
É notável o crescente protagonismo do setor privado nas COPs. A estratégia de aproximar as pessoas da agenda climática, promovendo a participação de empresas e investidores, tem se mostrado eficaz em gerar engajamento e buscar soluções inovadoras. Essa aproximação, embora fundamental para impulsionar a transição para uma economia de baixo carbono, exige cautela. É preciso garantir que os interesses comerciais não ofusquem as necessidades urgentes do planeta e que as ações do setor privado estejam alinhadas com os objetivos globais traçados pelas Nações Unidas, promovendo um desenvolvimento que seja, de fato, sustentável e ecologicamente responsável.