Nova combinação de medicamentos reduz em 44% o risco de progressão do câncer de mama metastático
Pesquisadores anunciaram nesta segunda-feira (3) resultados promissores de um novo regime de tratamento para o câncer de mama metastático, que demonstra uma redução de 44% no risco de progressão da doença ou morte. O estudo, apresentado na conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) em Chicago, foca em pacientes com um subtipo específico de câncer de mama, o HER2-low, que representa a maioria dos casos de metástase da doença. Esta descoberta representa um avanço significativo, pois até recentemente, esses tumores eram frequentemente tratados de forma semelhante a outros tipos sem a presença do receptor HER2, com opções terapêuticas mais limitadas e menos eficazes. A nova abordagem combina o anticorpo conjugado trastuzumabe deruxtecana (T-DXd), conhecido comercialmente como Enhertu, com quimioterapia tradicional. O T-DXd funciona como um míssil teleguiado, entregando um agente quimioterápico diretamente às células cancerígenas que expressam baixos níveis do receptor HER2, minimizando assim os danos às células saudáveis. Essa precisão no alvo terapêutico é crucial para melhorar a eficácia e reduzir os efeitos colaterais adversos em comparação com regimes de quimioterapia mais generalizados. A pesquisa envolveu um grande número de pacientes em estágio avançado da doença, que já haviam recebido tratamentos anteriores sem sucesso, aumentando a relevância clínica dos resultados. A taxa de resposta objetiva, que mede a redução do tamanho do tumor, também foi notavelmente alta no grupo que recebeu a combinação, indicando um controle mais robusto da doença. Estes resultados preliminares são particularmente animadores e podem redefinir o padrão de cuidado para uma parcela significativa de pacientes com câncer de mama metastático, abrindo novas esperanças e estendendo o tempo de sobrevida livre de progressão para muitas mulheres. A pesquisa continua em andamento e espera-se que os dados completos do estudo sejam publicados em revistas científicas de alto impacto após a apresentação na ASCO. Sendo assim, essa nova combinação terapêutica tem o potencial de mudar drasticamente o prognóstico e a qualidade de vida de pacientes com câncer de mama metastático HER2-low, um grupo que antes dispunha de poucas alternativas eficazes em fases avançadas da doença.