Cúpula de Belém: Baixa adesão de chefes de Estado e Governo aponta para desafios da COP30
A recente Cúpula de Belém, evento preparatório para a COP30, acendeu um alerta sobre a efetividade das negociações climáticas globais, evidenciado pela baixa participação de 17 chefes de Estado e Governo. Este número expressivamente modesto em comparação com as expectativas, levanta sérias questões sobre o nível de prioridade que as nações em desenvolvimento e desenvolvidas atribuem à agenda climática no cenário internacional. A discussão sobre a taxação de super-ricos, proposta pelo presidente Lula, surge como uma potencial estratégia para angariar fundos essenciais para combater os efeitos do aquecimento global, mas sua viabilidade e aceitação global ainda são incertas. A responsabilidade de sediar um evento de tamanha magnitude, como a COP30, coloca Belém, no Pará, sob os holofotes mundiais, testando a infraestrutura e a capacidade logística da cidade e do país em oferecer um palco adequado para discussões cruciais sobre o futuro do planeta. A Defesa Antiaérea, coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais, demonstra o alto nível de segurança esperado para o evento, um reflexo da importância geopolítica e do potencial de mobilização que tais cúpulas atraem. Este baixo comparecimento de líderes pode ser interpretado como um reflexo da complexidade dos acordos a serem firmados. A divergência de interesses, o peso econômico das transições energéticas e a distribuição equitativa de responsabilidades entre países desenvolvidos e em desenvolvimento são pontos de atrito constantes nas negociações climáticas. A Cúpula de Belém, nesse sentido, deveria ter servido como um termômetro importante para aferir o real compromisso político em superar essas barreiras e avançar em direção a metas concretas. Observadores apontam que a ausência de líderes pode minar a força de quaisquer acordos que venham a ser feitos na COP30, pois a falta de representatividade política no mais alto nível compromete a implementação e o cumprimento das decisões tomadas. A efetividade das futuras COPs e o alcance dos objetivos climáticos globais dependem intrinsecamente da capacidade de engajar os tomadores de decisão e de lhes apresentar soluções que conciliem a urgência climática com as realidades econômicas e sociais de cada nação, um desafio que a Cúpula de Belém, aparentemente, não conseguiu minimizar. A proposta de taxar super-ricos, embora audaciosa, busca endereçar a questão do financiamento climático, estimado em trilhões de dólares anuais. A concentração de riqueza em poucas mãos é um fenômeno global, e a ideia é que parte desses recursos possa ser redirecionada para projetos de adaptação e mitigação, especialmente em países mais vulneráveis. No entanto, a taxação global desse segmento da população enfrenta obstáculos jurídicos e políticos significativos, exigindo um alto grau de cooperação internacional e a harmonização de legislações tributárias, um feito ainda distante. A Cúpula de Belém, ao expor essas fragilidades no diálogo global, reforça a necessidade de repensar as estratégias de engajamento e negociação para garantir que a COP30 não se torne apenas um evento protocolar, mas um marco real nas ações contra a crise climática, com decisões robustas e compromissos firmes de todos os atores envolvidos.