Presidente do PT Gleisi Hoffmann critica Selic em 15% e cobra queda de juros
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, desferiu críticas contundentes ao Banco Central e à sua política monetária, especialmente após a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Em declarações públicas, Hoffmann argumentou que um patamar de juros tão elevado dificulta o investimento, o crescimento econômico e a geração de empregos, impactando diretamente o bolso da população e a capacidade produtiva do país. A preocupação expressa pela dirigente petista reflete um descontentamento latente dentro do governo federal, que tem demonstrado incômodo com a autonomia técnica do Banco Central e sua abordagem considerada excessivamente conservadora na condução da política monetária. A expectativa governamental era de uma sinalização mais clara de corte nos juros, o que poderia impulsionar o consumo e aliviar o custo do crédito para empresas e consumidores. A manutenção da Selic em patamares elevados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) tem sido vista por setores do governo como um entrave para a recuperação econômica sustentada, especialmente em um cenário onde a inflação tem dado sinais de desaceleração em alguns de seus componentes. Enquanto o Banco Central justifica a decisão pela necessidade de ancorar as expectativas inflacionárias e garantir a convergência das metas, críticos apontam que essa postura restritiva pode estar penalizando indevidamente a economia, limitando o acesso ao crédito e encarecendo o endividamento público e privado. Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também se manifestou, demonstrando otimismo em relação a uma possível redução da Selic na próxima reunião do Copom, reforçando o desejo do governo por uma política monetária mais favorável ao crescimento. A divergência de opiniões e expectativas entre o governo e o Banco Central expõe a complexidade da política econômica brasileira e os desafios em conciliar o controle da inflação com a necessidade de fomentar o desenvolvimento econômico em um ambiente de incertezas globais e domésticas, com o dólar apresentando volatilidade e o Ibovespa reagindo aos desdobramentos da agenda econômica.