Amazônia e Pantanal Batem Marco Histórico de Aquecimento Acima do Limite de 1,5ºC Previso pelo Acordo de Paris
Recentemente, a região amazônica atingiu o limiar crítico de 1,5 grau Celsius de aquecimento acima da temperatura média histórica. Este é um marco sem precedentes conforme apontado pelo jornalista Carlos Madeiro em sua análise para o UOL Notícias, sinalizando uma aceleração preocupante das mudanças climáticas na maior floresta tropical do mundo. Paralelamente, o Pantanal também registrou um aquecimento superior ao limite previsto pelo Acordo de Paris em 2024, conforme destacado pela Folha de S.Paulo, indicando que ambos os biomas vitais para o equilíbrio planetário estão sob extrema pressão climática. Esta elevação de temperatura não se restringe apenas a essas regiões, com dados do Tempo.com revelando que as temperaturas globais atingiram novamente valores recordes nos últimos dois dias, ampliando a urgência de ações concretas.
As consequências desse aquecimento descontrolado já são visíveis. O “Boletim Climatológico” reportado pelo Jornal da USP detalha um cenário de reservatórios com níveis baixos e um calor histórico que caracterizam o início desta primavera. Essa combinação de fatores agrava condições de seca, aumenta o risco de incêndios florestais e impacta diretamente a biodiversidade e os ecossistemas locais. A diminuição dos níveis de água em reservatórios pode comprometer o abastecimento para consumo humano e para atividades econômicas, como a geração de energia hidrelétrica, criando um ciclo de escassez e instabilidade.
O Acordo de Paris, firmado em 2015, estabeleceu como meta principal limitar o aumento da temperatura média global a bem menos de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, com esforços direcionados para limitar esse aumento a 1,5°C. O fato de a Amazônia e o Pantanal já terem superado essa meta em suas regiões é um sinal vermelho para a comunidade internacional. A floresta amazônica, em particular, desempenha um papel crucial na regulação do clima global, atuando como um grande sumidouro de carbono. Sua degradação pode levar à liberação de enormes quantidades de gases de efeito estufa, retroalimentando o aquecimento global em um processo conhecido como ponto de não retorno.
Diante desse cenário crítico, a necessidade de acelerar a transição para fontes de energia renovável, implementar práticas agrícolas sustentáveis, combater o desmatamento ilegal e investir em tecnologias de captura de carbono torna-se ainda mais imperativa. A ciência climática tem alertado há décadas sobre os riscos de ultrapassar esses limites de temperatura, e os eventos atuais na Amazônia e no Pantanal são um testemunho doloroso da precisão dessas projeções. A sociedade civil, os governos e o setor privado precisam unir esforços de maneira coordenada e urgente para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e proteger os biomas essenciais para a vida no planeta.