Em um evento realizado na CBF, a presença de personalidades do futebol brasileiro como Leão e Oswaldo de Oliveira tomou um rumo inesperado. Diante de Carlo Ancelotti, técnico renomado e alvo de especulações sobre sua vinda para o Brasil, ambos fizeram desabafos contundentes contra a recente ascensão de técnicos estrangeiros no cenário nacional. Oswaldo de Oliveira, em particular, foi veemente em suas críticas, levantando questionamentos sobre a valorização dos profissionais brasileiros e a percepção de que o mercado nacional estaria sendo preterido em favor de nomes internacionais. Essa postura gerou um constrangimento notório no ambiente, especialmente considerando a presença de Ancelotti, que representa justamente essa categoria de profissional estrangeiro. A situação foi amplamente noticiada e gerou debates sobre a representatividade e o futuro do treinador brasileiro. A Federação Brasileira de Treinadores de Futebol (FBTF) repudiou a postura de Oswaldo de Oliveira, considerando-a um vexame e defendendo abertamente Ancelotti e os demais técnicos estrangeiros que atuam no país. A entidade ressaltou a importância do intercâmbio de conhecimento e da diversidade de estilos de trabalho, argumentando que a competição saudável beneficia o futebol como um todo. A FBTF, através de seu diretor, classificou os comentários como xenofóbicos e um retrocesso para a evolução do esporte no Brasil, lembrando que muitos desses técnicos estrangeiros trouxeram novas metodologias e conquistas para clubes nacionais. O ex-jogador e comentarista Casagrande também se manifestou sobre o ocorrido, descrevendo o discurso de ódio e xenofóbico ouvido no evento como assustador. Ele enfatizou que o futebol é um esporte globalizado e que a troca de experiências é fundamental para o desenvolvimento, condizendo com a visão de que a competitividade não deve ser turvada por preconceitos. Leão, por sua vez, reforçou o argumento de que a invasão de estrangeiros estaria prejudicando as oportunidades para os técnicos brasileiros, que muitas vezes são preteridos mesmo com histórico e competência comprovada. No entanto, sua declaração ao lado de Ancelotti, mesmo que indiretamente, acabou por expor uma tensão palpável sobre o tema, levantando debates sobre a gestão de talentos e a identidade do futebol praticado no Brasil, que historicamente se orgulha de formar grandes jogadores e técnicos. Por fim, a Federação dos Treinadores, ao defender Ancelotti e repudiar os ataques, sublinha a necessidade de um debate mais construtivo e menos emotivo sobre a presença de técnicos estrangeiros, focando em como o intercâmbio pode ser mutuamente benéfico, em vez de promover um discurso de exclusão que limita o potencial de aprendizado e crescimento para todos os envolvidos no esporte.