Uso de Testosterona por Mulheres para Recuperar Desejo Sexual: Benefícios e Riscos
Nos últimos anos, tem-se observado um aumento significativo no interesse de mulheres em utilizar a testosterona como ferramenta para combater a queda do desejo sexual, frequentemente associada a alterações hormonais na menopausa e pós-menopausa. Essa abordagem, que foge do tratamento tradicionalmente focado no estrogênio, busca restaurar a libido e a sensação de bem-estar, reequilibrando os níveis hormonais que podem ter sido afetados por diversas causas, incluindo o envelhecimento e certas condições médicas. A testosterona, embora conhecida como hormônio masculino, desempenha papéis vitais também nas mulheres, influenciando a energia, o humor e, crucialmente, a função sexual.
A ascensão da testosterona entre o público feminino, no entanto, pede cautela. Especialistas ressaltam que, apesar dos relatos positivos sobre o aumento do desejo sexual, a disponibilidade e o uso indiscriminado do hormônio podem representar riscos à saúde. A falta de estudos robustos e de longo prazo sobre os efeitos da terapia com testosterona em mulheres, especialmente no que diz respeito a efeitos colaterais como acne, crescimento de pelos indesejados (hirsutismo), alterações na voz e potenciais impactos cardiovasculares, exige uma abordagem médica rigorosa. A suplementação, quando indicada, deve ser personalizada, com doses ajustadas e monitoramento constante para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
É importante desmistificar a ideia de que a testosterona é exclusivamente um hormônio masculino. Em mulheres, ele é produzido nos ovários e nas glândulas suprarrenais, sendo fundamental para a saúde óssea, muscular e para a função sexual. Com o avanço da idade e a chegada da menopausa, os níveis de testosterona, assim como os de estrogênio e progesterona, tendem a diminuir, o que pode levar à diminuição da libido, fadiga e alterações de humor. Nesses casos, a reposição hormonal, incluindo a testosterona sob supervisão médica, pode ser uma opção terapêutica eficaz para melhorar a qualidade de vida das mulheres.
Paralelamente ao interesse feminino, a questão da andropausa, ou hipogonadismo de início tardio em homens, também tem ganhado destaque. Assim como as mulheres enfrentam a menopausa, os homens experimentam uma queda gradual nos níveis de testosterona a partir dos 40 anos, que pode se manifestar através de sintomas como perda de energia, diminuição da massa muscular, ganho de peso, irritabilidade e disfunção erétil. Ignorar esses sinais pode levar a complicações mais sérias, como problemas cardiovasculares. A consulta médica e a eventual reposição de testosterona, nesses casos, também requerem avaliação criteriosa dos benefícios e riscos para cada indivíduo.