Um relatório recente do Senado Federal, com base em análises aprofundadas do Instituto Fiscal Independente (IFI), lança um forte alerta sobre a sustentabilidade das contas públicas brasileiras para o ano de 2025, sob a gestão do governo Lula. O documento destaca a necessidade imperativa de o governo conseguir fechar um rombo fiscal estimado em R$ 27,1 bilhões até o final do presente ano, um desafio que se estende para os trimestres finais de 2024. A meta de resultado primário para este ano impõe uma pressão considerável sobre a administração federal, que precisará intensificar seus esforços de arrecadação para evitar o descumprimento desses objetivos, conforme o próprio IFI já havia indicado anteriormente. A complexidade da situação fiscal não se resume apenas à necessidade de ampliar a arrecadação em um cenário econômico global e doméstico volátil, mas também envolve o controle rigoroso dos gastos públicos. O patamar de R$ 4 trilhões em arrecadação, embora represente um volume expressivo, não é suficiente caso o controle de despesas não seja eficaz. A trajetória da dívida pública e a capacidade do governo de honrar seus compromissos financeiros de longo prazo são pontos cruciais que demandam atenção e planejamento estratégico. A análise do IFI, cujas conclusões ganham relevância com o endosso do Senado, sugere que a política econômica atual pode estar em um caminho que não sustenta a trajetória de ajuste fiscal almejada. A chamada “cegueira da política” é um termo que pode ser utilizado para descrever a dificuldade inerente aos governos em tomar decisões impopulares, mas necessárias, para garantir a saúde fiscal de longo prazo, em detrimento de medidas assistencialistas ou de expansão de gastos que possam gerar popularidade no curto prazo. Portanto, o cenário para 2025 exige um debate público e legislativo mais robusto sobre as prioridades orçamentárias, a eficiência dos gastos públicos e as fontes de receita. A sustentabilidade fiscal do Brasil é um pilar fundamental para a confiança dos investidores, a estabilidade econômica e, consequentemente, para o desenvolvimento social e a capacidade do governo de prover serviços públicos de qualidade. O alerta emitido pelo Senado, com base nas projeções do IFI, serve como um chamado à ação para que sejam tomadas medidas assertivas que garantam a solidez das finanças públicas nos próximos anos.