O míssil de cruzeiro Burevestnik, também conhecido como SSC-X-9 Skyfall pela OTAN, representa um dos desenvolvimentos mais preocupantes no arsenal nuclear russo. Seu funcionamento se baseia em um reator nuclear em miniatura que fornece propulsão praticamente ilimitada, permitindo que o míssil voe por distâncias intercontinentais em rotas imprevisíveis. Esta capacidade, aliada à sua potencial ogiva nuclear, o torna uma arma de dissuasão sem precedentes, mas também uma fonte de instabilidade estratégica. A própria natureza do seu sistema de propulsão nuclear levanta preocupações ambientais e de segurança, com análises comparando os riscos a um possível desastre como o de Chernobyl, daí o apelido de Chernobyl voador. O desenvolvimento do Burevestnik foi anunciado pelo presidente russo Vladimir Putin em 2018, como parte de uma série de novas armas estratégicas destinadas a garantir a hegemonia militar da Rússia. As ambições por trás deste projeto vão além da simples capacidade de ataque, visando criar uma arma que possa contornar sistemas de defesa antimísseis existentes, tornando a capacidade de retaliação nuclear russa mais robusta e menos vulnerável. Isso insere o míssil em um contexto de corrida armamentista e tensões geopolíticas crescentes. A resposta internacional aos testes do Burevestnik tem sido de alerta e preocupação. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu aos testes com a afirmação de que os EUA possuem o melhor submarino nuclear e advertiu a Rússia, sugerindo que tal demonstração de força russa poderia ter sérias consequências. Essa retórica reflete o temor de que a proliferação de armas de propulsão nuclear possa não apenas aumentar o risco de conflito, mas também criar cenários de acidentes nucleares em larga escala, com um impacto devastador no meio ambiente e na saúde pública global. A posição russa, conforme manifestada por fontes do Kremlin, é a de que o desenvolvimento e teste do Burevestnik visam a proteção dos interesses nacionais e a manutenção de um equilíbrio de poder. No entanto, a natureza desta arma e seu potencial para desestabilizar a segurança internacional são inegáveis. A comunidade global aguarda com apreensão os próximos passos no desenvolvimento e eventual desdobramento deste míssil, enquanto busca caminhos diplomáticos para a desescalada e o controle de armas nucleares.