Médicos Acreditavam Que Bebês Não Sentiam Dor, Revela Livro Sobre Erros da Medicina
Por décadas, uma crença equivocada permeou a prática médica: a de que bebês recém-nascidos não possuíam a capacidade neurológica de processar a dor. Baseada em observações limitadas e na falta de compreensão sobre o desenvolvimento fetal e neonatal, essa premissa levou a procedimentos dolorosos serem realizados sem anestesia ou analgesia adequada. A neonatologista e autora do livro recentemente publicado, Dra. Helena Costa, detalha em sua obra como essa visão retrospectiva, mas perturbadora, moldou a abordagem médica em salas de parto e UTIs neonatais, resultando em sofrimento desnecessário para inúmeras crianças. A evolução da neurociência e da medicina fetal nas últimas décadas desmistificou essa antiga noção. Estudos avançados de imagem cerebral, juntamente com a observação de respostas fisiológicas como aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e liberação de hormônios do estresse, confirmaram inequivocamente que bebês, desde o útero materno, são capazes de sentir e reagir à dor. Essa descoberta impulsionou mudanças significativas nas diretrizes clínicas e nas práticas de cuidado neonatal ao redor do mundo, priorizando o manejo da dor como um direito fundamental do paciente, independentemente de sua idade ou estágio de desenvolvimento. O livro de Dra. Costa não se limita a expor esse erro médico histórico; ele também explora as razões subjacentes a essa crença, como vieses inconscientes, a dificuldade em comunicar a experiência subjetiva da dor em um ser não verbal e a própria evolução do conhecimento científico. Através de relatos de casos e depoimentos, a autora busca conscientizar profissionais de saúde, pais e a sociedade em geral sobre a importância de questionar dogmas médicos estabelecidos e de promover uma medicina mais empática e baseada em evidências científicas atualizadas. A superação dessa visão ultrapassada sobre a dor em bebês é um marco importante na história da medicina, refletindo um avanço na compreensão da sensibilidade e vulnerabilidade dos recém-nascidos. A obra serve como um lembrete contínuo da necessidade de vigilância científica e ética, assegurando que o cuidado com os pacientes mais jovens seja sempre pautado pelo respeito, pela compaixão e pelo conhecimento mais profundo e atualizado disponível. A reflexão sobre esses erros do passado é essencial para aprimorar a medicina do futuro e garantir o bem-estar de todas as crianças.