A relação entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro parece estar cada vez mais tensa, como evidenciado pela troca de farpas entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o senador Cleitinho Azevedo. Em resposta às declarações de Cleitinho, que questionou a gratidão a Bolsonaro, Eduardo classificou a atitude do senador como imprudente, sugerindo que a tentativa de alçar Cleitinho a uma posição de destaque teria sido equivocada. Essa troca de acusações demonstra as divisões internas que vêm se manifestando dentro do espectro bolsonarista, minando a unidade pregada pelo grupo. A falta de lealdade, um dos pilares da retórica bolsonarista, parece ter se tornado um ponto sensível para os aliados mais fiéis ao ex-capitão.

O episódio teve início com o senador Cleitinho Azevedo afirmando que a gratidão a Jair Bolsonaro já estaria paga, uma declaração que desagradou a muitos no grupo político. A repercussão negativa levou o senador a tentar amenizar a situação, alegando que suas palavras foram tiradas de contexto e pedindo perdão ao ex-presidente. Essa retratação, no entanto, não foi suficiente para apaziguar os ânimos, evidenciando a fragilidade das alianças e a dificuldade em manter uma narrativa coesa diante de descontentamentos internos e divergências de opinião.

Enquanto isso, outros desdobramentos dessa briga no bolsonarismo vêm à tona. Relatos indicam que, segundo um senador alinhado ao ex-presidente, Jair Bolsonaro perderia para Luiz Inácio Lula da Silva em um possível cenário eleitoral para 2026. Essa análise, que circula em meios políticos, adiciona mais um elemento de preocupação para o futuro do movimento e de seus principais expoentes, que lutam para reconsolidar sua base de apoio e projetar uma nova candidatura presidencial.

A instabilidade interna e as declarações polêmicas enfraquecem a imagem de unidade e força que o bolsonarismo busca projetar. A guerra declarada por Eduardo Bolsonaro contra o senador bolsonarista Cleitinho é um sintoma claro de que as disputas por espaço e influência dentro do grupo podem comprometer seus objetivos políticos a longo prazo. Observadores políticos acompanham atentamente os próximos passos dessa crise, que pode redefinir o quadro político em torno do ex-mandatário.