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Protesto na ALMG contra privatização da Copasa: trabalhadores de costas para presidente da estatal

Em um ato de forte protesto, milhares de trabalhadores e representantes sindicais que lotaram a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) viraram de costas durante a fala do presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), na audiência pública realizada para debater a privatização da estatal. A manifestação simboliza a total discordância e o descontentamento da categoria com o processo de desestatização, que, segundo os envolvidos, não considera a voz do trabalhador nem a importância estratégica da empresa para o estado. A mobilização se intensificou após a notícia de que o governo estadual busca aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a exigência de referendo popular para a privatização da Copasa e de outras empresas públicas mineiras, como a Cemig. Essa manobra legislativa tem gerado grande apreensão entre os servidores e a sociedade civil, que veem nela uma tentativa de acelerar o processo sem o devido debate democrático e a participação popular. As negociações e os debates sobre o futuro da Copasa têm sido marcados por intensas mobilizações sindicais, incluindo a convocação de greves e paralisações, com o objetivo de pressionar os parlamentares a votarem contra a privatização. Os sindicatos argumentam que a desestatização pode levar à precarização dos serviços, aumento de tarifas e perda de empregos, além de comprometer o acesso universal à água e ao saneamento, direitos básicos da populaçãoMineira. A discussão em torno da privatização da Copasa se insere em um contexto mais amplo de reformas econômicas e fiscais em Minas Gerais, que visam equilibrar as contas públicas e atrair investimentos. No entanto, a forma como o governo estadual tem conduzido o processo, com articulações para retirar exigências de referendo e pouca transparência, tem sido alvo de críticas contundentes por parte de setores da sociedade civil, entidades de classe e opositores políticos, que defendem que decisões de tal magnitude devem passar por um amplo debate público e pela aprovação em plebiscito ou referendo, garantindo assim a legitimidade do processo para os cidadãos mineiros. A luta dos trabalhadores e dos movimentos sociais contra a privatização da Copasa evidencia a complexidade do debate sobre o papel do Estado na prestação de serviços essenciais e a importância da participação democrática nas decisões que afetam diretamente a vida da população.