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Europa e Ucrânia propõem plano de 12 pontos para paz com a Rússia, com base na linha de frente atual

A Ucrânia, em coordenação com parceiros europeus, está avançando na elaboração de uma proposta de paz com 12 pontos que visa pôr fim ao conflito com a Rússia. Um dos pontos cruciais dessa iniciativa é a disposição ucraniana em negociar a situação dos territórios ocupados pela Rússia, utilizando a linha de frente atual como ponto de partida para as discussões. Essa abordagem sinaliza uma maturidade estratégica e um pragmatismo que busca viabilizar o diálogo em um cenário complexo, onde a diplomacia tem sido desafiada por eventos recentes e pela persistência das hostilidades. A proposta busca criar um quadro de entendimento que, embora reconheça a realidade estabelecida no terreno, abre caminho para negociações mais amplas sobre um cessar-fogo duradouro e, em última instância, a paz.

A disposição de Zelensky em considerar negociações sobre a linha de frente atual, antes focada em recuperar integralmente seu território, representa uma evolução significativa na postura diplomática da Ucrânia. Essa flexibilização pode ser interpretada como um reconhecimento das dificuldades em reverter todas as ocupações militares no curto prazo, priorizando a segurança e a estabilidade do país. A decisão de incluir um plano de 12 pontos sugere uma tentativa de estruturar um processo de paz abrangente, cobrindo não apenas as questões territoriais, mas também aspectos como segurança, soberania e reconstrução pós-conflito. A articulação com nações europeias demonstra o apoio internacional e a importância da unidade para pressionar por uma solução negociada.

Análises recentes apontam, contudo, que apesar das declarações de intenção por parte de líderes como Trump, Putin e Zelensky, a realidade no campo de batalha e as complexas dinâmicas geopolíticas têm dificultado progressos concretos em direção ao fim da guerra. A indecisão em relação ao fornecimento de armamentos de longo alcance, como os mísseis Tomahawk, chegou a ser apontada por Zelensky como um fator que afastou a Rússia da diplomacia, evidenciando a interconexão entre as ações militares e as oportunidades de diálogo. Isso sugere que a proposta de 12 pontos, para ser bem-sucedida, precisará não apenas do apoio da Ucrânia e da Europa, mas também de um reconhecimento e eventual adesão, ou pelo menos uma aceitação tácita, por parte da Rússia, o que continua sendo o principal obstáculo.

A construção de um plano de paz robusto e aceitável para as partes envolve um delicado equilíbrio entre as demandas territoriais e a necessidade de garantir a soberania e a segurança a longo prazo. A Ucrânia busca, através dessa proposta, consolidar seu poder de barganha e estabelecer condições mais favoráveis para um desfecho negociado, que possa evitar maiores desgastes e perdas. A complexidade do conflito e a profunda desconfiança mútua entre os governos de Kiev e Moscou exigirão esforços diplomáticos intensos e persistentes, possivelmente com a mediação de terceiros países, para transformar essa proposta em um caminho efetivo para a paz e a estabilidade regional.