Arcebispo de Aparecida Pede por Votação em Defesa dos Pobres Durante as Celebrações da Padroeira
Durante as festividades em homenagem a Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil, um chamado contundente ecoou do Santuário Nacional. Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, em sua homilia, dirigiu-se aos políticos eleitos em um tom de urgência, implorando que suas ações legislativas sirvam genuinamente aos pobres e necessitados. A presença de autoridades, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, conferiu ainda mais peso às palavras do líder religioso, que enfatizou a responsabilidade ética e social daqueles que detêm o poder em nome do povo. Esta manifestação ressalta a longa tradição de líderes religiosos brasileiros alertando para as desigualdades e clamando por justiça social, lembrando que a fé, em muitas vertentes, possui um forte componente de solidariedade e engajamento comunitário. A mensagem se insere em um contexto de polarização política e debates acirrados sobre políticas públicas, evidenciando a expectativa da sociedade civil por um posicionamento mais ativo e compassivo de seus representantes. A escolha da padroeira como cenário para tal apelo não foi acidental, visto que sua imagem é intrinsecamente ligada à devoção e proteção dos mais humildes. O arcebispo lembrou que a própria imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por pescadores em um rio, um símbolo poderoso de origem humilde e conexão com as camadas populares da população. A celebração, que atraiu fiéis de diversas partes do país, incluindo a multidão que lota as ruas para as festas de Nossa Senhora de Nazaré, demonstra a profunda relevância dessas figuras religiosas para a identidade nacional e a vida social brasileira. A fé pública e a participação em romarias, mesmo sob condições climáticas adversas como a chuva que marcou a romaria em Passo Fundo, revelam a força da devoção e a busca por amparo espiritual em tempos de incerteza. Essas manifestações coletivas de fé frequentemente se entrelaçam com anseios por mudanças sociais e melhorias na qualidade de vida, criando um terreno fértil para discursos que clamam por dignidade e equidade. A postura de Dom Orlando Brandes, ao usar a plataforma que estas celebrações oferecem para um pronunciamento político-social, reflete uma vertente importante da atuação de instituições religiosas no Brasil, que historicamente se posicionam em defesa dos direitos humanos e contra as injustiças sociais. A expectativa é que este apelo ressoe não apenas entre os políticos, mas também inspire os fiéis a cobrarem de seus representantes um compromisso efetivo com o bem-estar coletivo, especialmente dos que mais precisam de apoio. Desta forma, as festividades de Nossa Senhora Aparecida transcendem o âmbito puramente religioso, tornando-se um momento de reflexão sobre os valores éticos que devem nortear a vida pública e privada no país. A articulação entre a espiritualidade e a ação cívica é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e solidária. A mensagem do arcebispo, portanto, serve como um lembrete de que a fé verdadeira se manifesta também por meio da prática da justiça e do amor ao próximo, especialmente aos mais esquecidos e desamparados pela sociedade. A atuação política, sob esta ótica, é vista não como um fim em si mesma, mas como um instrumento para a promoção do bem comum, alinhado aos princípios éticos e morais.