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Coqueluche: Casos Disparam no Brasil em 2024 com Aumento de 1.200% e 14 Mortes

O cenário da saúde pública brasileira em 2024 tem sido marcado por um preocupante ressurgimento da coqueluche (pertussis), uma doença infecciosa respiratória altamente contagiosa. Dados recentes revelam um salto impressionante de mais de 1.200% na incidência da enfermidade em comparação com o ano anterior, totalizando mais de 2 mil casos confirmados e, infelizmente, 14 óbitos associados. A faixa etária mais afetada são as crianças menores de 5 anos, um grupo especialmente vulnerável devido à imaturidade do sistema imunológico e ao esquema vacinal ainda em desenvolvimento. Este aumento expressivo acende um alerta entre as autoridades sanitárias e profissionais de saúde sobre a necessidade de intensificar as campanhas de vacinação e monitorar de perto a circulação do patógeno. A coqueluche, apesar de ser prevenível por vacina, pode evoluir para quadros graves, com destaque para as complicações pulmonares e neurológicas, como pneumonia e convulsões, justificando a atenção redobrada. A disseminação rápida da bactéria Bordetella pertussis, agente causador da doença, é facilitada pelas aglomerações frequentes, especialmente em ambientes escolares e creches, onde as crianças têm contato próximo. A doença se manifesta inicialmente com sintomas semelhantes a um resfriado comum, como coriza, tosse baixa e febre moderada. No entanto, após alguns dias, desencadeia-se a tosse característica em paroxismos, conhecida como “tosse de cachorro” ou “tosse espasmódica”, muitas vezes seguida de um chiado inspiratório agudo ao tentar puxar o ar, que pode culminar em vômitos. A gravidade dos episódios de tosse é o principal sinal de alerta para a necessidade de atendimento médico imediato, pois pode levar à hipóxia e à exaustão da criança. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam um esquema vacinal completo contra a coqueluche ainda na infância. As vacinas tríplice bacteriana acelular (dTpa) e a pentavalente (DTP+Hib+HVb) são essenciais para a proteção. O calendário vacinal brasileiro previne a doença com doses administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, seguidas por reforços aos 15 meses e entre 4 e 6 anos. Além da vacinação infantil, é crucial que os adultos e adolescentes também estejam com a vacinação em dia, pois funcionam como reservatórios da bactéria e podem transmitir a doença para os bebês, que são os mais suscetíveis a desenvolver formas graves quando não vacinados precocemente. A cobertura vacinal tem sido um desafio nos últimos anos em diversas regiões do país, o que contribui diretamente para a reemergência de doenças antes consideradas controladas. O resgate da confiança nas vacinas e a facilidade de acesso aos postos de saúde são estratégias fundamentais para reverter esse quadro preocupante e garantir a proteção coletiva, o que chamamos de imunidade de rebanho. Portanto, o controle efetivo da coqueluche passa não apenas pela conscientização sobre a importância da vacina, mas também por políticas públicas que garantam a disponibilidade e o acesso gratuito a todos os imunizantes do calendário nacional, além de ações de vigilância epidemiológica robustas para identificar precocemente surtos e implementar medidas de controle adequadas, mitigando assim o impacto dessa doença no sistema de saúde e na vida das famílias brasileiras.