A Justiça francesa determinará nesta segunda-feira, 17 de junho, a data exata em que o ex-presidente Nicolas Sarkozy deverá iniciar o cumprimento de sua pena de prisão. Sarkozy foi condenado a três anos de reclusão, sendo dois em regime fechado e um em regime aberto, por corrupção e tráfico de influência no caso conhecido como “escutas telefônicas”. A sentença, proferida em março de 2021, foi mantida em recurso, consolidando a decisão judicial.
O caso remonta a 2014, quando, após deixar a presidência, Sarkozy teria tentado obter informações confidenciais de um magistrado, Gilbert Azibert, em troca de influência para que um processo contra um aliado fosse arquivado. A investigação utilizou escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, que revelaram as conversas entre Sarkozy e seu advogado, Thierry Herzog, onde supostamente discutiam a estratégia para obter as informações sigilosas. Essa decisão judicial representa um marco na política francesa, pois pela primeira vez um ex-presidente em exercício é condenado a uma pena de prisão.
Além da pena de prisão, Nicolas Sarkozy e seu advogado, Thierry Herzog, foram proibidos de exercer suas respectivas profissões por cinco anos. A defesa de Sarkozy tem buscado alternativas para evitar o encarceramento efetivo, como a prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica, uma vez que o ex-presidente tem mais de 65 anos. No entanto, a decisão final sobre o regime de cumprimento da pena caberá aos juízes, que considerarão as particularidades do caso e a legislação vigente.
O desfecho deste processo levanta discussões sobre a aplicação da lei a figuras políticas de alto escalão e reafirma o compromisso da Justiça em assegurar a igualdade perante a lei, independentemente do status do indivíduo. A definição da data para o início da pena de Sarkozy é um passo crucial para a conclusão deste longo capítulo judicial, que tem acompanhado de perto a opinião pública e os meios de comunicação.