Uma operação policial de grande porte em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, resultou no fechamento de uma fábrica clandestina suspeita de adulterar bebidas alcoólicas com metanol. A investigação, que mobilizou diversas forças de segurança, aponta para uma organização criminosa responsável pela distribuição do produto falsificado, que já teria causado a morte de pelo menos duas pessoas devido à alta concentração de metanol.

O metanol, um álcool tóxico e inflamável, é frequentemente utilizado como solvente industrial e combustível. Sua ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode levar a quadros graves de intoxicação, incluindo danos neurológicos permanentes e óbito. A adulteração de bebidas alcoólicas com esta substância configura um crime gravíssimo contra a saúde pública, explorando a vulnerabilidade de consumidores em busca de produtos mais baratos.

A descoberta da fábrica ocorreu após uma série de investigações que rastrearam a origem de bebidas alcoólicas falsificadas. Segundo as autoridades, a organização criminosa utilizava etanol proveniente de postos de combustíveis, que já continha uma quantidade significativa de metanol, e o misturava a outras substâncias para criar bebidas que imitavam marcas conhecidas. Uma análise preliminar indicou que o etano adulterado continha mais de 40% de metanol, um nível alarmantemente alto.

Este caso levanta sérias preocupações sobre a segurança das bebidas alcoólicas disponíveis no mercado informal e a complexidade das redes criminosas que operam nesses nichos. A polícia trabalha agora para identificar todos os envolvidos na cadeia de produção e distribuição, além de alertar a população sobre os riscos associados ao consumo de bebidas de procedência duvidosa. As autoridades também investigam a possibilidade de que a mesma organização tenha prejudicado falsificadores de bebidas que utilizavam métodos menos perigosos, demonstrando a agressividade e o alcance do grupo criminoso.