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Dólar Dispara a R$5,50 com Risco Fiscal e Ameaça Tarifária de Trump à China

O dólar comercial atingiu um novo patamar histórico nesta sexta-feira (24), fechando em R$5,50, impulsionado por uma conjunção de fatores que aumentaram a volatilidade e a aversão ao risco nos mercados. No cenário doméstico, as preocupações com a sustentabilidade das contas públicas brasileiras ganharam força com a sinalização de novas medidas de expansão de gastos pelo governo, o que eleva o risco fiscal e a incerteza sobre a trajetória da dívida pública. O mercado interpretou o anúncio como um “pacote de bondades” que contraria a agenda de consolidação fiscal, aumentando a percepção de que o Brasil pode ter dificuldades em cumprir suas metas fiscais. Essa percepção de deterioração fiscal geralmente leva a uma saída de capitais estrangeiros e a uma maior demanda por moeda forte, como o dólar. Paralelamente, o cenário internacional contribuiu significativamente para a alta da moeda americana. As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China voltaram a se acirrar com a ameaça do presidente Donald Trump de impor novas tarifas sobre produtos chineses. Essa escalada na guerra comercial gera incertezas sobre o crescimento econômico global e afeta diretamente os mercados emergentes, que são mais sensíveis a choques externos. Investidores tendem a migrar para ativos considerados mais seguros, como o dólar e títulos do Tesouro americano, em detrimento de moedas como o real. Essa combinação de fatores domésticos e internacionais criou um ambiente de forte pessimismo entre os investidores. A Bolsa de Valores brasileira, por exemplo, também sofreu com a fuga de capital e o aumento da aversão ao risco, refletindo o sentimento negativo que permeia os mercados. Analistas econômicos apontam que a perda de confiança na capacidade do governo em gerenciar as contas públicas, somada às incertezas geopolíticas, dificulta a atração de investimentos e pressiona a taxa de câmbio. Para conter a volatilidade e restaurar a confiança, o governo brasileiro precisaria apresentar medidas críveis que reforcem o compromisso com a austeridade fiscal e que sinalizem um cenário de maior estabilidade econômica. Sem esses sinais, é provável que o dólar continue pressionado, impactando a inflação, os custos de importação e, consequentemente, o poder de compra da população. A situação exige uma resposta coordenada entre as esferas econômica e política para mitigar os efeitos negativos sobre a economia nacional.