O mistério que assombrou os telespectadores de Vale Tudo por semanas finalmente tem uma resposta: Maria de Fátima é a responsável pela morte de Odete Roitman. A revelação chocou o público, que acompanhou a investigação com grande expectativa. A complexidade da trama, repleta de reviravoltas e personagens ambíguos, tornou a identificação do culpado um dos pontos altos da novela, consolidando Vale Tudo como um marco na teledramaturgia brasileira pela forma como abordou crimes e investigações no enredo.

A trajetória de Odete Roitman, interpretada magistralmente por Beatriz Segall, foi marcada por sua frieza, crueldade e um desejo implacável de poder. Sua personalidade magnética, embora vilanesca, cativou o público, e sua morte se tornou um dos enigmas mais comentados da história das novelas. A investigação, conduzida com suspense e pistas falsas, serviu para aumentar o engajamento da audiência e criar teorias entre os espectadores, que debatiam incessantemente nas ruas, em casa e, na época, até mesmo em programas de rádio e jornais, como as matérias aqui referenciadas indicam.

Maria de Fátima, filha de Odete, personifica a ambição desenfreada e a luta por ascensão social a qualquer custo. Seus motivos, embora extremados, refletem uma profunda necessidade de escapar da sombra e do controle da mãe, buscando a herança e a liberdade que acreditava lhe ser de direito. A tensão entre mãe e filha foi um dos pilares para a construção do clímax, com cenas carregadas de emoção e conflito, culminando no ato que selaria o destino de ambas.

A repercussão da morte e a subsequente revelação do assassino ultrapassaram as telas, gerando discussões acaloradas sobre moralidade, herança, relações familiares disfuncionais e as consequências da busca incessante por dinheiro e status. Vale Tudo, com essa trama central, não apenas entreteve, mas também propôs reflexões sobre a sociedade da época, cujos ecos ressoam até hoje, provando a atemporalidade de suas discussões.