Número de mortes por metanol em SP sobe para cinco; casos suspeitos em investigação totalizam 235 no Brasil
A crise de intoxicação por metanol no Brasil segue um rastro preocupante, com o estado de São Paulo registrando o quinto óbito confirmado. A substância, um álcool altamente tóxico, tem sido encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas, levando a quadros graves de intoxicação que podem resultar em cegueira, danos neurológicos permanentes e morte. O governo paulista, em resposta à gravidade da situação, intensificou o fortalecimento das redes hospitalares, distribuindo três mil ampolas adicionais do antídoto necessário para o tratamento: o fomepidona. Este esforço visa garantir que os centros de saúde estejam preparados para atender ao crescente número de pacientes, alguns dos quais apresentaram quadros de dificuldade respiratória e alterações neurológicas significativas.
A abrangência do problema se estende por todo o território nacional, com 24 casos confirmados e outros 235 sob investigação em diversas unidades federativas. O Acre, por exemplo, emitiu uma nota pública detalhando o resultado de exames toxicológicos relacionados a um caso suspeito, evidenciando a dispersão geográfica da adulteração de bebidas. A Agência de Notícias do Acre e a Agência SP têm monitorado de perto a evolução dos casos e as medidas de contenção adotadas pelas autoridades sanitárias, buscando informar a população sobre os riscos e as ações de resposta.
As consequências econômicas da crise também são perceptíveis. Em São Paulo, o consumo de destilados, como cachaça e vodka, que são frequentemente alvos de adulteração, sofreu uma queda drástica de 70%. Em contrapartida, observa-se um aumento na procura por bebidas como vinho e espumante, o que pode ser interpretado como uma mudança no comportamento do consumidor, que busca alternativas mais seguras diante do medo de contrair produtos contaminados. Essa alteração no mercado de bebidas alcoólicas reflete a preocupação generalizada da população com a segurança dos produtos que consome, gerando um impacto direto na cadeia produtiva e no varejo.
A complexidade do cenário exige uma atuação coordenada entre órgãos de saúde pública, segurança e fiscalização. A investigação sobre a origem do metanol e a identificação dos responsáveis pela adulteração das bebidas são cruciais para interromper a cadeia de contaminação e punir os criminosos que colocam vidas em risco em busca de lucro. Além das ações de emergência, a conscientização da população sobre os perigos de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa é fundamental. Medidas de educação em saúde e campanhas informativas podem auxiliar os consumidores a identificar sinais de alerta e a evitar o consumo de produtos potencialmente perigosos, contribuindo para a prevenção de novas tragédias.