Um grupo de opositores buscou reviver o debate sobre uma possível anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro, convocando um ato público na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A iniciativa, no entanto, não ressoou como esperado, reunindo um público significativamente menor do que o esperado, demonstrando uma falta de engajamento generalizado, mesmo entre os apoiadores mais fervorosos do ex-presidente. A fraca adesão levanta questões sobre a capacidade de mobilização da oposição atualmente e sobre o alcance da mensagem de anistia para um público mais amplo, que parece não se sentir diretamente impactado pela pauta. Michelle Bolsonaro, em declarações durante o evento, procurou descreditar a importância da baixa presença de personalidades, argumentando que a relevância do movimento reside na sua base e não em indivíduos específicos, uma tentativa de gerenciar as expectativas e redefinir o sucesso da manifestação. A declaração de Flávio Bolsonaro, que associou o PT a atos de roubo em meio à convocação para o protesto, aponta para uma estratégia de polarização e deslegitimação do adversário político como forma de impulsionar a própria agenda, mesmo que a mobilização direta para o ato em si tenha sido insuficiente. O evento, inicialmente projetado como um marco para a causa da anistia, acabou sendo marcado pela sua repercussão modesta e pela dificuldade em atrair não apenas o público em geral, mas também figuras influentes do próprio espectro político que o apoia, o que pode indicar um esgotamento ou uma reconfiguração das prioridades discursivas e de mobilização dentro da oposição. A fragilidade do público presente e a necessidade de justificar essa baixa adesão por parte de lideranças expressam os desafios de manter temas controversos em evidência e de traduzir a insatisfação política em ações concretas de rua em um cenário de crescente apatia ou de direcionamento de energia para outras frentes de atuação política e social.