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Armínio Fraga critica política fiscal do governo Lula e aponta juros altos como sintoma

O renomado economista e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, emitiu fortes críticas à atual política fiscal conduzida pelo governo Lula, classificando-a como absolutamente ‘suicida’. Segundo Fraga, as diretrizes econômicas adotadas configuram um caminho perigoso que compromete a sustentabilidade da economia brasileira a médio e longo prazo. A política fiscal inadequada, ao não apresentar um plano claro de controle de gastos e de responsabilidade com as contas públicas, gera desconfiança nos mercados e dificulta a atração de investimentos. Essa falta de credibilidade fiscal leva a um aumento na percepção de risco do país, o que se reflete diretamente nas taxas de juros. O Brasil já figura entre os países com as maiores taxas de juros reais do mundo, e essa conjuntura, ainda que possa atrair algum capital especulativo no curto prazo, cria um ambiente hostil para o desenvolvimento econômico sustentável. Os juros altos encarecem o crédito para empresas e consumidores, inibindo investimentos produtivos, o consumo e, consequentemente, o crescimento da economia. Essa espiral viciosa, onde a política fiscal equivocada gera juros altos, que por sua vez prejudicam a atividade econômica, é um sintoma inequívoco de uma gestão econômica equivocada. A dificuldade em reduzir a taxa básica de juros, referenciada pela política monetária, está intrinsecamente ligada à falta de sinais claros de melhora do quadro fiscal. Sem uma trajetória sustentável da dívida pública e sem um compromisso firme com a austeridade, o Banco Central se vê obrigado a manter os juros em patamares elevados para conter a inflação e garantir a estabilidade monetária. Essa ação preventiva, embora necessária, penaliza a maior parte da população e o setor produtivo, condenando o Brasil a um ciclo de baixo crescimento e alto custo do dinheiro.